O filme Um Sonho Impossível (2009), que conta a história de Michael Oher, marcou os anos 2000 ao destacar a trajetória de um adolescente pobre e negro que foi adotado por uma família branca e rica, no sul dos Estados Unidos. O longa termina com a contratação de Oher pelo Baltimore Ravens, time da liga profissional de futebol norte-americano, onde jogou de 2009 até 2013.
Apesar de render cerca de US$ 300 bilhões em bilheteria na época, algo em torno de R$ 1 bilhão, e Oscar de Melhor Atriz para Sandra Bullock, a história não passou de uma mentira. Isso é o que diz o próprio Oher, agora com 37 anos.
Nesta semana, ele entrou com ação judicial contra a "ex-família adotiva", os Tuohy. Ele alega que Sean e Leigh Anne Tuohy nunca o adotaram oficialmente e o engaram para assinar um documento, logo após ele completar 18 anos. Esse termo os tornava seus "tutores legais", e permitia que os Thoy fizessem acordos comerciais em seu nome.
O processo afirma ainda que Oher não recebeu nada pelo filme, enquanto Sean, Leigh Anne e seus dois filhos biológicos, ganharam milhões em royalties.
"Nos anos seguintes, os Tuohys continuaram chamando Oher, de 37 anos, de filho adotivo e usaram essa afirmação para promover sua fundação, bem como o trabalho de Leigh Anne Tuohy como autora e palestrante motivacional [...] A mentira da adoção de Michael é aquela com a qual os co-conservadores Leigh Anne Tuohy e Sean Tuohy enriqueceram às custas de seu pupilo", diz trecho do processo.
Michael Oher descobriu a tutela apenas em fevereiro deste ano. Ele pede o encerramento da conservadoria e que a família seja impedida de usar seu nome e imagem. O processo também pede contabilidade completa do dinheiro que os Tuhoy ganharam usando o nome de Michael.
Em nota enviada ao New York Post, Sean Tuohy afirmou que a tutela foi feita para garantir que Oher fosse elegível para jogar futebol americano na Universidade do Mississippi.