O Flamengo quer o fim do uso do gramado sintético em competições profissionais e que times em recuperação judicial percam pontos no Sistema de Sustentabilidade do Futebol (SSF), modelo de fair-play financeiro que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) busca colocar em prática. As sugestões do clube forma informadas por meio de nota oficial divulgada nesta segunda-feira.
Segundo o time carioca, as dez propostas, que foram encaminhadas à comissão da CBF responsável pelo assunto, buscam contribuir para o aprimoramento das práticas de governança e sustentabilidade no futebol brasileiro.
Entre elas, duas chamam mais atenção. Na primeira, o clube defende que times que estejam em recuperação judicial devem perder pontos até a homologação do acordo, para que não haja nenhum ganho competitivo em relação às outras equipes.
"Impedir que clubes utilizem o período de não pagamento de dívidas (entre a decretação da RJ/REJ e a homologação do acordo) como vantagem competitiva, bloqueando o registro de novos atletas neste período e perda de pontos", diz a nota.
A segunda e mais polêmica é sobre os gramados sintéticos em competições profissionais. De acordo com o clube, a grama de plástico afeta a condição física dos jogadores e também gera uma disparidade nas finanças em relação aos custos de manutenção na comparação com times que optam por usar a grama natural.
"Os gramados de plástico devem ser eliminados imediatamente de todos os torneios nacionais profissionais. A discrepância nos custos de manutenção entre gramados naturais e artificiais provoca desequilíbrios financeiros entre os clubes e prejudica a saúde física de jogadores e atletas", comunicou o clube na nota oficial.
Em outubro deste ano, a CBF implementou um grupo de trabalho que reúne clubes e federações para discutir o modelo de fair-play. A proposta final desenvolvida pela entidade que governa o futebol brasileiro será revelada no dia 26 de novembro.
"Nossa experiência demonstra que um gramado natural técnico — bem preparado, com base adequada e manutenção especializada — oferece desempenho superior, reduz riscos de lesão e preserva a integridade do jogo", diz Rodrigo Santos, coordenador do centro de gramados esportivos e inovação da Itograss, empresa que está presente em 90% dos estádios e centros de treinamento das Séries A e B do Campeonato Brasileiro.
"A iniciativa reforça a importância de políticas claras para assegurar que os estádios e centros de treinamento adotem superfícies que valorizem o esporte e garantam a melhor condição aos atletas".