David Luiz, atualmente no Pafos, do Chipre, revelou estar decidido a seguir carreira como treinador assim que pendurar as chuteiras.
Em entrevista ao jornal italiano Gazzetta dello Sport, o zagueiro afirmou que já prepara sua transição para a nova função e que vê o Chipre como possível ponto de partida após a aposentadoria.
De acordo com ele, a ideia de treinar não surgiu recentemente. "Esse será o meu futuro, de fato. Tenho pensado nisso há muito tempo", disse o defensor, que contou ter escrito um dossiê sobre futebol e sobre a própria trajetória.
Aos 37 anos, o jogador afirma viver um momento particular da carreira, e destaca o sentimento que o motiva a continuar: "É preciso sentir-se feliz, e eu estou. O futebol é tudo para mim".
Durante a conversa, David Luiz também revisitou a derrota por 7 a 1 para a Alemanha, na semifinal da Copa do Mundo de 2014, definido pelo próprio como o episódio mais doloroso de sua vida esportiva. O zagueiro descreveu a frustração do elenco diante da forma como o confronto se desenrolou no Mineirão.
Para ele, o Brasil chegou ao Mundial confiando no desempenho apresentado no ano anterior, quando conquistou a Copa das Confederações diante de uma Espanha repleta de estrelas. Por isso, a queda para a Alemanha soou ainda mais traumática. "Jogávamos um grande futebol, perder de 7 a 1 dentro da nossa casa era impensável. Uma dor enorme, eu estava destruído e em lágrimas", relembrou.
David Luiz admitiu que a Seleção não estava preparada para lidar com uma derrota daquela magnitude. "Mesmo quando estava 3 a 0, em campo nós dizíamos: 'Ok, agora vamos marcar e virar'. Em vez disso, continuávamos afundando. Fomos presunçosos demais".
Apesar das lembranças duras, o defensor afirmou ter tirado lições profundas do episódio. Segundo ele, o pós-derrota foi marcado por noites sem dormir e reflexões constantes sobre o que poderia ter feito diferente. "Aquela partida me ensinou muito: a reagir depois de uma derrota, o que significa passar meses tendo pesadelos, pensando noite após noite no que você poderia ter feito", contou.
Hoje, porém, acredita que o trauma contribuiu para seu crescimento pessoal e profissional: "No fim, acho que aquilo me serviu muito como lição".