Campeão mundial, Caio Bonfim é treinado pela mãe e marcha pelas ruas do interior do DF

Brasileiro chegou a conquista da medalha olímpica em sua quarta participação no Jogos

19 set 2025 - 23h31
(atualizado às 23h35)

Resiliência. Você pode não gostar dessa palavra pela frequência que ela é utilizada nos últimos tempos, mas não tem maneira melhor de definir a trajetória de Caio Bonfim. Ele já havia feito história com a prata nos Jogos Olímpicos de Paris. Agora, se tornou campeão Mundial, o maior medalhista da história do país, com duas conquistas nesta semana, no Japão. O ouro veio na prova dos 20km.

Caio é treinado pela mãe, Gianetti Bonfim, oito vezes campeã brasileira na marcha atlética. O pai de Caio? João Sena, que foi treinador de Gianetti antes de se tornar marido.

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A família vive em Sobradinho, no interior do Distrito Federal, onde realiza os treinos pelas ruas da cidade mesmo. O passado da mãe no atletismo foi lembrado por ele ao término da prova nos Jogos Olímpicos, há um ano.

“Todo mundo um dia viu a marcha atlética e achou estranho. Eu não. Era a profissão da minha mãe. Pra mim é normal. Eu vi isso desde criança. É normal. Minha mãe fez isso para Atlanta-96, teve uma mudança de critério e ela não foi. Nós fomos pra Londres, eu disse pra ela: ‘Quem disse que você não foi?’. Hoje posso virar para ela e falar: ‘Nós somos medalhistas olímpicos”, disse à TV Globo.

Mesmo com a mãe ex-atleta e o pai professor da modalidade, o caminho não foi fácil para o competidor do Distrito Federal, que precisou enfrentar preconceitos. Na infância, ele pensou até em ser jogador de futebol antes de ir de vez para a marcha.

“Quando meu pai me chamou pra marchar pela primeira vez, ele dava aula no noturno, eu fui muito xingado naquele dia. Não é me fazendo de vítima, não. Eu só comecei com 16 anos. Por quê? Porque era muito difícil ser marchador. No dia que eu cheguei em casa e falei: ‘Eu quero ser marchador’. Na verdade, eu tava dizendo pra eles: ‘Hoje eu decidi ser xingado sem ter problema’. Eu venci o preconceito chegando nessas provas da América do Sul”, falou Caio em entrevistas no passado.

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“Na minha cidade, eu brinco que antes da Olimpíada do Rio era sempre xingado pra poder marchar. Depois da Olimpíada do Rio, o som da buzina mudou. Os caras até exigiam. ‘Tá flutuando, cuidado!’", completou.

Caio Bonfim esteve em Londres-2012, Rio-2016 e Tóquio-2020. Na edição em casa, ele bateu na trave e terminou na quarta colocação.

Fonte: Portal Terra
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