Não é só a Fifa que pretende faturar com a Copa do Mundo no Brasil. Do alto de um morro com vista privilegiada para toda a sede da Cidade do Galo, onde se instalou a seleção da Argentina em Vespasiano-MG, um eletricista tem até uma dupla de agentes. Israel Machado fechou parceria com os empresários Guilherme e Marcelo para tentar oferecer o espaço a meios de comunicação argentinos.
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Com uma preparação que tem sido marcada por treinos quase sempre fechados, como já ocorreu na manhã desta terça-feira, o negócio de Israel Machado pode ser realmente interessante. Dono de um espaço privilegiado, ele e seus agentes pedem US$ 10 mil (cerca de R$ 23 mil) e pretendem vender até cinco posições para cinegrafistas durante toda a Copa do Mundo.
"Essa é a nossa pedida inicial, mas eles se assustaram. Estamos fazendo uma espécie de leilão", conta Guilherme. Ele e seu parceiro Marcelo são sócios da empresa Angélica Comunicação e trabalham com painéis de led, realização de eventos, outdoors e têm até um posto de gasolina na região de Vespasiano. Atentos à vista privilegiada da casa do eletricista Israel, fecharam uma sociedade para alugar o local. "Aqui é o filé", diz Marcelo.
A casa está localizada no humilde bairro Jardim da Glória. Do próprio alto do morro, fora de qualquer casa, já é possível ver boa parte do espaço da Cidade do Galo, que tem quatro campos. Mas a vista da laje de Israel oferece uma melhor perspectiva visual e imagens mais limpas, já que a sede do Atlético-MG cedida aos argentinos tem muitas árvores ao redor.
Para Israel Machado, é a oportunidade real para reforçar o orçamento. Eletricista, ele trabalha como autônomo e depende sempre da ligação de seus clientes para ganhar o pão de cada dia. Nesta terça-feira, por exemplo, ele permaneceu em casa e aproveitou para acompanhar as negociações com a imprensa argentina.
Marcelo e Guilherme, os empresários do negócio, fazem planos para atrair clientes. "Acho que no mata-mata, quando uma seleção estrangeira for enfrentar a Argentina, dá para conseguir mais interessados", diz o primeiro. Eles ainda admitem contratar internet rápida e emprestar os banheiros da casa para quem chegar a um acerto. "Na outra Copa (50) não deu para ganhar dinheiro, mas agora a gente precisa aproveitar", gargalha Marcelo.
