Mel Chapaval, imigrante brasileira nos EUA, fundou a produtora Ginga Pictures, foi destaque na Forbes Under 30 em 2024 e alcançou sucesso global com projetos de cinema e publicidade, incluindo trabalhos com Anitta e gravações em mais de 20 países.
Quando ingressou na faculdade de Cinema na Universidade de Miami, nos Estados Unidos, Mel Chapaval tinha um claro objetivo em mente: encontrar um emprego para renovar seu visto e permanecer no país. Anos depois, ela não só conseguiu o tão sonhado green card, como fundou produtora de sucesso e foi nomeada na lista da Forbes Under 30 em 2024. A situação de imigrante fez com que a brasileira se esforçasse acima da média e ingressasse cedo no mercado de trabalho. Mas, hoje, ela sente que colhe os frutos que plantou.
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"Quando me formei, eu já estava com bastante trabalho alinhado. Me formei um ano antes até para poder realmente estender o meu visto", relembra. Nesse período, ela trabalhava para produtoras norte-americanas. Foi quando se viu em um projeto com brasileiros que entendeu o caminho que queria seguir no audiovisual. O projeto era o filme Abe (2019), estrelado por Seu Jorge e pelo jovem talento Noah Schnapp.
"Foi muito interessante para mim, porque, até então, eu só sabia o jeito americano de trabalhar e eu lidava 100% com os americanos. E, quando eu vi a versão brasileira do cinema, eu fiquei completamente fascinada. Porque o brasileiro tem uma paixão diferente pelo cinema do que o americano. O americano é muito uma indústria, como qualquer outra. No Brasil, ainda tem muito a questão da arte", afirma.
Naquele momento, Mel entendeu que queria trabalhar com brasileiros que iam filmar nos EUA. Logo depois de Abe, Seu Jorge a convidou para participar da produção de Marighella (2021), que começou a ser gravado semanas depois, no Brasil. Na volta para os EUA, Mel estava decidida a abrir sua própria produtora. Surgiu, assim, a Ginga Pictures.
Hoje, os destaques da produtora são os projetos realizados com a cantora Anitta, como os videoclipes do álbum Funk Generation e o documentário sobre ela para a Netflix, que é a maior produção já feita até o momento pela Ginga. A artista mantém um longo vínculo com Felipe Britto, produtor que se tornou sócio de Mel em julho de 2022. Ele é o braço da produtora no Brasil.
"A gente resolveu se juntar, porque os nossos propósitos estavam muito alinhados. Ele estava fazendo o mesmo tipo de projeto que eu no Brasil. Então a gente viu um potencial muito grande de fortalecer ainda mais essa ponte entre o Brasil e o resto do mundo. Desde então, a gente já filmou em mais de 20 países", afirma Mel sobre a sociedade.
Apesar disso, Mel confessa que sonha com o momento em que as produções da Ginga atinjam o mercado global de cinema e propaganda. Mesmo com gravações ao redor do mundo, os produtos ainda estão muito concentrados no público brasileiro.
Em números, a produtora se mantém em constante expansão. Mel estima que o faturamento de 2024 para 2025 cresça em torno de 20%, ultrapassando a casa dos R$ 40 milhões. Com relação aos colaboradores envolvidos, o número varia conforme as produções que estão em andamento, mas Mel afirma haver cerca de 530 pessoas vinculadas à Ginga no momento.
As produções se dividem em dois ramos principais: entretenimento e publicidade. As propagandas, como a estrelada por Anitta para o Mercado Pago que fez sucesso por colocá-la em silêncio por um minuto na televisão, são feitas em maior volume pela demanda e celeridade de serem postas em prática. Entre os filmes longos e materiais mais curtos, Mel não escolhe um preferido. Ela prefere agradecer pelo fato de os "dois braços estarem a todo vapor".