Vendas de combustíveis do Brasil caem em maio com protestos e importação recua, diz ANP

3 jul 2018 - 15h31
(atualizado às 16h01)

As vendas e importações de gasolina e diesel por distribuidoras no Brasil caíram em maio na comparação anual em razão dos protestos de caminhoneiros, que paralisaram diversos setores da economia, disse nesta terça-feira a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Frentista abastece carro em posto de gasolina no Rio de Janeiro, Brasil
10/12/2014
REUTERS/Ricardo Moraes
Frentista abastece carro em posto de gasolina no Rio de Janeiro, Brasil 10/12/2014 REUTERS/Ricardo Moraes
Foto: Reuters

A comercialização de gasolina C totalizou 3,1 milhões de metros cúbicos em maio, 19 por cento abaixo do registrado um ano antes e também 9,2 por cento inferior ao apurado em abril.

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"A principal razão para a forte queda do volume comercializado no mês em análise se deve à deflagração da crise do abastecimento causada pela greve dos caminhoneiros a partir da terceira semana de maio, o que fez com que a demanda por combustível pelos consumidores não fosse atendida e convertida em vendas no período", disse a ANP.

No acumulado de 2018, de janeiro a maio, o tombo nas vendas de gasolina C no Brasil é de 11,1 por cento, segundo a autarquia, que citou a demanda aquecida por etanol como outro motivo para o fraco desempenho do combustível fóssil.

Foram comercializados 1,3 milhão de metros cúbicos de álcool hidratado por distribuidoras em maio, alta de 2,1 por cento ante abril e de 26 por cento na comparação com igual mês de 2017.

"Tal comportamento, em meio à greve dos caminhoneiros e a crise de abastecimento, ocorreu mesmo com a escassez do produto nos postos revendedores e elevação média do preço... Isso pode ser explicado pelo fato de o etanol ter se tornado uma opção para os consumidores mesmo nas localidades em que abastecer com o biocombustível não era vantajoso do ponto de vista econômico", explicou a ANP.

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De janeiro a maio, as vendas do biocombustível cresceram 37,6 por cento. Além disso, o primeiro trimestre da atual safra, a 2018/19, teve os preços mais firmes para o etanol em nove anos.

Já em relação ao diesel, a comercialização em maio despencou para 3,8 milhões de metros cúbicos, o menor volume para este mês nos últimos cinco anos e queda de 18,2 por cento frente o observado há um ano. Na comparação com abril, houve queda de 18,3 por cento.

"O principal fator responsável pela queda do volume comercializado no período decorre da greve dos caminhoneiros, que paralisou o transporte de cargas no país na parte final do mês de maio", informou a ANP, acrescentando que no acumulado de 2018 as vendas estão 0,6 por cento menores.

IMPORTAÇÕES

Além das vendas internas, as compras externas de combustíveis também foram impactadas em maio.

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No caso do diesel, o recuo foi de 36,4 por cento ante abril e de 8,3 por cento ante maio de 2017, enquanto a participação do volume importado nas vendas recuou para 21,7 por cento, de 27,9 por cento em abril.

Já na gasolina, as compras externas diminuíram 26 por cento na comparação anual e 9,4 por cento ante abril.

Por fim, no etanol, as importações (anidro e hidratado) diminuíram 73,7 por cento em relação ao mês anterior, para 103,3 mil metros cúbicos.

"A queda expressiva das importações no mês de maio é reflexo, principalmente, pelo fato de o volume importado nos meses de março e abril terem excedido a cota estipulada para o trimestre", disse a ANP, referindo-se à taxa de 20 por cento incidente sobre importações superiores a 150 milhões de litros por trimestre.

O início da safra de cana no centro-sul do país, com maior produção, também contribuiu para o menor volume importado, disse a ANP.

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