Varejo tem melhor julho em 6 anos, mas crescimento consistente ainda é dúvida

11 set 2019 - 12h01

As vendas no varejo brasileiro surpreenderam ao registrarem o melhor julho em seis anos, puxadas por crescimento generalizado nos setores pesquisados, num sinal de algum ganho de tração na economia no começo do terceiro trimestre.

Consumidor avalia televisões em loja
01/06/208
REUTERS/Leonardo Benassatto
Consumidor avalia televisões em loja 01/06/208 REUTERS/Leonardo Benassatto
Foto: Reuters

O resultado de junho foi revisado para cima, numa indicação de que a atividade acelerou o ritmo já no fim do segundo trimestre, quando a economia surpreendeu com crescimento mais forte e escapou de uma recessão técnica.

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O volume de vendas no varejo cresceu 1,0% em julho sobre junho, com ajuste sazonal, mostraram nesta quarta-feira dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o melhor desempenho para o mês desde 2013. Em julho daquele ano, as vendas haviam aumentado 2,7%.

Para qualquer mês, a alta é a mais forte desde novembro de 2018 (+3,2%).

É a terceira alta mensal consecutiva, período em que as vendas acumularam elevação de 1,6%. Os números do varejo em junho foram revisados para mostrarem crescimento de 0,5%, contra acréscimo de 0,1% divulgado anteriormente.

"(O crescimento) tem a ver com mais gente no mercado de trabalho, mais oferta de crédito e queda nos juros. Tivemos uma melhora nas condições econômicas em julho", afirmou a economista e gerente da pesquisa mensal de comércio, Isabella Nunes.

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A economista ressalvou, porém, que o perfil da inserção de pessoas no mercado de trabalho --com trabalhadores por conta própria ou na informalidade-- ainda não garante um crescimento consistente no varejo.

"Para ganharem um novo patamar as vendas precisam que a renda do trabalhador aumente mais. E ela (a renda) se encontra estável nos últimos meses", completou.

Com o resultado de julho, o patamar de vendas no setor varejista voltou a ficar próximo do de junho de 2015, mas ainda está 5,3% abaixo do nível recorde alcançado em outubro de 2014.

SETORES

Sete das oito atividades pesquisadas cresceram em julho. Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (+1,3%) --setor de maior peso--, Outros artigos de uso pessoal e doméstico (+2,2%) e Móveis e eletrodomésticos (+1,6%) exerceram as maiores influências positivas.

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Apenas o segmento de Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-1,6%) teve queda em julho.

A média móvel do trimestre encerrada em julho (+0,5%) mostrou aceleração no ritmo das vendas ante o trimestre encerrado em junho (+0,1%).

Sobre julho do ano passado, as vendas no varejo subiram 4,3% --maior taxa para essa comparação desde novembro de 2018 (+4,5%), na quarta alta seguida.

"Julho deste ano teve um dia útil a mais que julho de 2018. Sem esse dia útil a mais o crescimento ante julho de 2018 seria de 3,2% em vez de 4,3%", disse Nunes.

Para meses de julho, o resultado da comparação anual é o mais forte desde 2013 (+6,1%).

Em 12 meses, as vendas subiram 1,6% até julho, ante crescimento de 1,2% no período até junho.

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