O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, responsável por realizar as entrevistas com os candidatos para a presidência do Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano), afirmou que podem ocorrer "mais uma ou duas" conversas nesta semana com os prováveis novos chefes da instituição monetária, em entrevista para a Fox Business nesta terça-feira, 16.
Segundo ele, o presidente americano, Donald Trump, deve anunciar o sucessor de Jerome Powell no início de janeiro.
"Trump está sendo direto com candidatos para a presidência do Fed e tem feito questões sobre estrutura e economia", mencionou, ao rejeitar a ideia de que o conselheiro econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, não pudesse ter autonomia no BC americano, em caso de escolha para a presidência.
Bessent destacou que, no início, seu foco nas entrevistas para presidentes do Fed se concentrava na visão dos candidatos para o futuro. "Muito do que o Fed tem feito é 'olhando para trás'. O BC perdeu a confiança dos americanos", acrescentou.
Em relação à inflação, o secretário mencionou que a taxa deve ter uma queda relevante nos primeiros seis meses de 2026 e prevê um recuo "substancial" nos aluguéis. Já o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deve ficar em 3,5% em 2025. "O nível de preços subiu muito, um aumento real nos salários resolveria esse problema", defendeu. "As pessoas deveriam estar estressadas com a inflação, ela é da era Biden", disse.
'Ano próspero'
O secretário se mostrou otimista para o próximo ano, mas defendeu que a prosperidade americana em 2026 deve depender da manutenção das atividades do governo, sem uma nova paralisação, pelo Partido Democrata. Para Bessent, o próximo ano também deve ser positivo para os trabalhadores americanos.
"Se os democratas tentarem um novo shutdown, o Partido Republicano no Senado deveria acabar com o filibuster e manter o governo em funcionamento", disse.
Sobre tarifas, Bessent comentou que o caso na Suprema Corte deve ser decidido no início de janeiro e, por mais que existam alternativas para tarifas, elas não são de segurança nacional.
Ainda, segundo o secretário, os EUA reduzirão o déficit orçamentário "em várias centenas de bilhões de dólares" este ano.