As taxas dos DIs fecharam a segunda-feira com baixas firmes no Brasil, em uma sessão de busca global por ativos de maior risco em função da expectativa de fim da paralisação do governo dos Estados Unidos.
Em um dia de modo geral positivo para os ativos brasileiros, a taxa do DI para janeiro de 2028 estava em 13,055% no fim da tarde, em baixa de 8 pontos-base ante o ajuste de 13,135% da sessão anterior. A taxa para janeiro de 2035 marcava 13,50%, com queda de 10 pontos-base ante o ajuste de 13,595%.
No domingo, o Senado dos EUA avançou com uma medida que busca encerrar a paralisação do governo federal, que já dura 40 dias, congelando a divulgação de indicadores econômicos e dificultando o funcionamento de diversos serviços.
Em uma votação sobre procedimentos, os senadores deram andamento a um projeto aprovado pela Câmara, que será emendado para financiar o governo até 30 de janeiro e incluir um pacote com três propostas de dotações orçamentárias para todo o ano. Se o Senado aprovar a versão emendada, ela ainda precisará passar pela Câmara e ser enviada ao presidente Donald Trump para assinatura, processo que pode levar vários dias.
A possibilidade de a paralisação ser encerrada direcionou a demanda dos investidores para ativos de risco, como ações, moedas ligadas a commodities e títulos de países emergentes.
Na renda fixa brasileira, isso fez a taxa do DI para janeiro de 2035 atingir a mínima intradia de 13,480% às 15h02, em queda de 12 pontos-base ante o ajuste anterior.
Na ponta curta da curva a termo também houve ajustes de baixa, mas os agentes seguiram posicionados para a manutenção da taxa básica Selic em 15% ao ano em dezembro. Perto do fechamento da sessão regular, essa probabilidade era de 97%, conforme a curva.
No Brasil, os agentes também monitoraram o noticiário sobre a área fiscal -- fator que tem sustentado grande parte dos prêmios na curva.
Em entrevista à CNN Brasil, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que, se a arrecadação federal seguir "vindo bem", o governo deve se aproximar de centro da meta de resultado primário zero neste ano, em virtude do empoçamento -- recursos que são liberados para ministérios, mas que terminam o ano em caixa.
O valor total do empoçamento, conforme o ministro, fica usualmente entre R$15 bilhões e R$25 bilhões do Orçamento a cada ano.
"Se essa arrecadação continuar vindo bem... Vai acontecer este ano o mesmo fenômeno que aconteceu ano passado. Em virtude do empoçamento, você acaba trazendo para bastante perto do centro da meta o resultado", disse.
No exterior, a busca por ativos mais arriscados ao longo do dia reduziu a demanda por títulos norte-americanos, o que se traduziu na alta dos rendimentos dos Treasuries. Às 16h39, o rendimento do Treasury de dez anos --referência global para decisões de investimento-- subia 2 pontos-base, a 4,108%.