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Quem é David Vélez, fundador do Nubank que demitiu funcionários por briga sobre trabalho remoto

Colombiano aparece na lista de bilionários da Forbes e hoje vive no Uruguai

12 nov 2025 - 18h15
(atualizado às 18h39)

O Nubank foi bastante comentado nos últimos dias por conta da decisão de retomar o trabalho em esquema híbrido e comunicar que a maioria dos seus trabalhadores deverão comparecer ao escritório em São Paulo ao menos duas vezes por semana a partir de julho de 2026. O CEO do banco, David Vélez, também foi alvo de controvérsia.

Na reunião sobre a mudança, 12 pessoas teriam se excedido no chat e acabaram demitidas. Outras duas foram mandadas embora após supostamente planejar uma sabotagem dos sistemas da fintech. Segundo Vélez, as pessoas "teriam confundido o chat com um estádio de futebol".

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Com a situação, o nome de Vélez também passou a ser comentado. O colombiano de 43 anos é bilionário: segundo lista da revista Forbes, em 2024 ele possuía US$ 10,7 bilhões (R$ 56 bilhões, na cotação atual). Em 2022, ele anunciou que se mudaria do Brasil para o Uruguai, onde vive atualmente.

Vélez se formou em engenharia e finanças na Universidade de Stanford, no coração do Vale do Silício. Ele seguiu carreira no mercado financeiro em grandes bancos americanos como Goldman Sachs e Morgan Stanley, mas logo migrou para o capital de risco: em 2008, montou no Brasil a operação do fundo General Atlantic. Em 2011, foi para a liderança da Sequoia Capital, como responsável pelo grupo de investimentos da empresa para América Latina.

David Vélez fundou o Nubank em 2013, ao lado de Cristina Junqueira e Edward Wibble
David Vélez fundou o Nubank em 2013, ao lado de Cristina Junqueira e Edward Wibble
Foto: Taba Benedicto/Estadão / Estadão

Em 2013, Vélez decidiu empreender e buscou executivos de alto escalão dos bancos para apresentar propostas de reformulação dos serviços financeiros, mas teria ouvido que aquela ideia nunca ia dar certo.

Com US$ 1 milhão arrecadado com os velhos amigos do Sequoia, além de economias próprias e de sócios como Cristina Junqueira e Edward Wibble, ele deu início ao negócio em uma casinha na Rua Califórnia, no Brooklin, bairro de São Paulo.

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A fintech conseguiu crescer e se popularizar principalmente entre jovens com o lançamento do cartão de crédito "roxinho" e um serviço voltado ao digital, sem tarifas, taxa de anuidade, com atendimento rápido para resolução de problemas e com juros abaixo da média para as instituições financeiras brasileiras até então.

Outro diferencial era a exclusividade: para ter o cartão de crédito, era preciso a indicação de amigos. Junto a um marketing bem feito, o Nubank se expandiu em ritmo acelerado. Hoje, oferece serviços financeiros no Brasil, México, na Colômbia e Argentina e mira o mercado dos Estados Unidos, onde já tem ações negociadas na Bolsa de Valores de Nova York.

O crescimento levou o Nubank e o próprio Vélez a angariarem fãs no mercado financeiro. Em 2017, ele atraiu uma multidão à sede da startup em Pinheiros, na zona oeste de SP, para o evento de lançamento de uma conta corrente, conforme relatado em reportagem do Estadão à época.

Desde então, o Nubank seguiu se expandindo apesar do aumento da concorrência de bancos digitais e fintechs, e hoje aparece entre as empresas mais valiosas do Brasil em valor de mercado. Também apareceu em algumas polêmicas na internet sobre segurança do app, sobre a cobrança de juros altos e, agora, sobre o home office.

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Vélez é casado com a também empreendedora María Reyes Milk, com quem tem quatro filhos. Os dois assinaram um compromisso de doar a maior parte da riqueza que possuem ainda em vida.

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