A Fiat concederá férias coletivas de 20 dias a 2 mil metalúrgicos de sua fábrica em Betim (MG) a partir da próxima segunda feira (12), informou a empresa nesta quarta-feira. Esta é a quarta medida de ajuste de produção tomada neste ano diante da queda de vendas do mercado brasileiro.
A fábrica tem cerca de 19 mil funcionários e já havia feito paradas técnicas nos feriados da Páscoa e Tiradentes, após passar por um período de férias coletivas mais cedo neste ano.
O volume de carros que deixarão de ser produzidos durante a parada parcial não foi informado pela empresa. Segundo o sindicato dos metalúrgicos de Betim, a fábrica trabalha atualmente com ritmo de produção de 2.400 carros por dia e o período de férias pode representar um corte de 500 veículos ao dia. A fábrica produz desde modelos mais básicos, como o Mille, como utilitários, hatchs e sedãs mais sofisticados.
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A decisão da Fiat ocorre depois que a Volkswagen paralisou na segunda-feira sua fábrica em São Bernardo do Campo (SP) por 10 dias, concedendo férias coletivas para 8 mil de 13 mil metalúrgicos da unidade, segundo o sindicato local.
"Vivemos uma grande problema não só em Minas mas também nas montadoras de São Paulo e do Brasil. Estamos preocupados porque são férias atrás de férias e em algum momento, se nada for feito pelo governo federal, isso tem um limite e pode se transformar em demissões", disse o presidente do sindicato de Betim, João Alves de Almeida.
Na véspera, a associação de concessionários de veículos Fenabrave divulgou que as vendas de veículos novos no País despencou mais de 25% em abril ante o mesmo período do ano passado.
O momento difícil da indústria automotiva contribui para o desempenho ruim da indústria nacional em 2015. Com peso de 10% na pesquisa industrial mensal e repercussão sobre as cadeias de peças, partes, borracha, plástico e químicos, o segmento de veículos automotores acumula perda ao longo de seis meses de 19,4%, de acordo com o IBGE.
"Esse é um setor de peso e de muito encadeamento. O comportamento do setor de veículos carrega outros setores. Os padrões de estoque estão elevados, as empresas tentam adequar sua produção à demanda e por isso há impacto sobre os trabalhadores", disse o economista do IBGE, André Macedo.