No Brasil, 4,8 mil empresas declararam falência no primeiro semestre de 2025, com a má gestão de alavancagem financeira sendo apontada como principal causa, apesar da disponibilidade de alternativas de crédito estruturado no mercado.
Mesmo com crédito disponível no mercado, muitas empresas brasileiras continuam enfrentando dificuldades severas para manter liquidez e competitividade. O problema não está na ausência de capital, mas na forma como ele é contratado, com prazos curtos, taxas elevadas e pouca aderência à estratégia de longo prazo do negócio.
“Não é a falta de crédito que leva empresas à falência, mas o excesso de alavancagem mal-feita. Quando uma empresa se endivida, com custo alto e no momento errado, ela compromete a própria sobrevivência”, afirma Volnei Eyng, economista e CEO da Multiplike.
Somente no primeiro semestre de 2025, o número de empresas em processos de falência ou recuperação judicial chegou a 4.881, número que cresceu 6,9% desde dezembro de 2024. Já o número de negócios inadimplentes chega a 7,2 milhões, que representa aproximadamente 31% das empresas ativas no país. Para Eyng, o que falta ao mercado é informação e visão de futuro.
“O crédito estruturado permite alongar prazos, ajustar custos e construir uma alavancagem estratégica. Mas muitas companhias ainda desconhecem essas alternativas e insistem em recorrer apenas ao sistema bancário tradicional, que hoje está mais caro e restritivo”, afirmou.
Com a Selic em 15% ao ano, o custo do crédito bancário permanece elevado, dificultando o acesso a linhas de financiamento convencionais. Nesse contexto, os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) surgem como uma alternativa mais inteligente, com taxas mais competitivas e estrutura adaptada ao ciclo operacional de cada empresa. A Multiplike, por exemplo, atua com recursos próprios e modelos multicedente/multissacado, que permitem maior flexibilidade nas garantias e agilidade na liberação dos recursos.
“Parar de tomar crédito neste momento pode ser um erro. Mas tomar o crédito errado é ainda mais grave. O caminho está em estruturar operações de longo prazo, que protejam o caixa e garantam capacidade de crescimento. Mesmo com a Selic alta, é possível acessar crédito estruturado com taxas mais competitivas e prazos adequados à realidade das empresas, sem comprometer a saúde financeira”, reforça o executivo.
Para 2025, a Multiplike projeta originar R$ 17,5 bilhões em crédito estruturado, atendendo empresas de médio e grande porte nos setores de indústria, agro e construção civil. A operação é lastreada por recebíveis e desenhada para dar previsibilidade financeira às empresas, sem as amarras típicas do sistema bancário.
“Em momentos de instabilidade, quem para de investir perde espaço. Nosso papel é garantir que o crédito seja uma ponte para o próximo ciclo de crescimento, e não um peso que arraste as empresas para trás”, conclui Eyng.
(*) Homework inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão.