Jovens de 18 a 24 anos no Brasil estão alcançando cargos de gestão 29% mais rápido que a média geral, impulsionados pela transformação digital e busca por propósito, redefinindo o conceito de liderança no mercado de trabalho.
Nas empresas brasileiras, cada vez mais jovens vêm alcançando cargos de gestão em um intervalo menor de tempo. Segundo levantamento, profissionais entre 18 e 24 anos levam, em média, 3,2 anos para chegar a uma posição de liderança, ritmo 29% mais rápido que a média geral, de 4,5 anos.
Essa mudança revela o impacto de uma geração que cresce em meio à transformação digital e à busca por propósito no trabalho. Os jovens têm conquistado espaço em funções estratégicas, redefinindo o que significa ser líder no ambiente corporativo atual.
O dado faz parte do Panorama de Gestão de Pessoas da Sólides, empresa especializada em tecnologia para RH e Departamento Pessoal, que analisou o papel da liderança no Brasil e como ela é percebida pelos colaboradores.
Jovens assumem cargos de liderança em menos tempo
A pesquisa mostra que 44% dos jovens entre 18 e 24 anos alcançam cargos de liderança entre um e três anos após o início da carreira, enquanto outros 27% chegam à gestão entre três e cinco anos.
Para comparação, profissionais com mais de 56 anos levam, em média, cinco anos para ocupar essas funções, sinal da mudança geracional na velocidade de ascensão profissional.
Essa diferença reflete um mercado mais dinâmico e aberto a novos perfis. As empresas têm valorizado habilidades comportamentais e digitais, como comunicação, adaptabilidade e domínio tecnológico.
A transformação digital é um dos principais motores dessa tendência. Hoje, a liderança é vista menos como status e mais como a capacidade de inspirar e engajar equipes, construindo relações mais próximas e transparentes.
Enquanto gerações anteriores associavam o sucesso à estabilidade, os jovens priorizam flexibilidade e propósito. Assim, consolidam um novo modelo de liderança, que promete influenciar o futuro do trabalho.
Perfil de líderes no Brasil mostra equilíbrio geracional
Em 2024, segundo o Panorama Gestão de Pessoas Brasil, mais da metade das lideranças no país tinha menos de 35 anos. A maior concentração estava na faixa entre 25 e 34 anos, que representava 37% dos cargos de gestão.
Em 2025, o cenário começa a se equilibrar. O perfil jovem ainda é expressivo, com 37% dos líderes abaixo dos 35 anos, mas cresce a presença dos mais experientes: quase 39% das lideranças estão acima dos 45 anos.
Mesmo com o avanço dos jovens, os profissionais mais maduros mantêm relevância. As empresas têm buscado unir a agilidade e a inovação das novas gerações à visão estratégica e à experiência dos gestores veteranos.
Desafios e oportunidades para os próximos anos
O desejo de liderar cresce entre os jovens brasileiros. Segundo a pesquisa, 61% dos profissionais entre 18 e 25 anos almejam cargos de liderança, dado que reforça o interesse dessa geração por papéis de decisão.
Além disso, a percepção sobre o papel do líder é positiva: 45% dos entrevistados consideram a liderança gratificante, enquanto 42% a veem como positiva, mesmo diante dos desafios.
Para as empresas, o foco deve ser preparar esses novos gestores. Mentorias e treinamentos contribuem para consolidar uma base sólida. Além disso, a formação em gestão e comunicação empática são fatores que ajudam a fortalecer a confiança.
A tendência também impacta a estrutura das organizações. Hierarquias rígidas cedem espaço a modelos mais colaborativos, com equipes autônomas e líderes próximos de suas equipes.
O futuro da liderança no Brasil tende a ser mais diverso e dinâmico. Por isso, as empresas que compreenderem e investirem nesse movimento estarão mais preparadas para os desafios e oportunidades do novo mercado de trabalho.
(*) Homework inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão.
