INSS suspende repasse de valores descontados em empréstimos consignados vinculados ao Master

Instituto diz que é 'necessária para cessar possíveis irregularidades e resguardar o interesse público'

9 dez 2025 - 18h10

BRASÍLIA - O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) suspendeu, por medida cautelar, o repasse de descontos referentes a empréstimos consignados e cartões de crédito nos benefícios do instituo vinculados ao Banco Master. A suspensão se refere aos valores descontados sem prévia oitiva do interessado.

A decisão, assinada pelo presidente do INSS, Gilberto Waller Jr., no dia 26 de novembro, justifica que esta é uma "medida necessária para cessar possíveis irregularidades e resguardar o interesse público, até a conclusão definitiva do processo de apuração".

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Master teve liquidação decretada pelo Banco Central em 18 de novembro
Master teve liquidação decretada pelo Banco Central em 18 de novembro
Foto: Werther Santana/Estadão / Estadão

A suspensão foi revelada pela Folha de S.Paulo e confirmada pelo Estadão/Broadcast. Segundo o INSS, a medida já gerou o bloqueio de R$ 27 milhões em repasses até esta terça-feira, 9.

A suspensão é decorrente de processo instaurado para apurar irregularidades no Acordo de Cooperação Técnica (ACT) celebrado entre o INSS e o Banco Master, conforme manifestação da Diretoria de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão (Dirben) e da Procuradoria Federal Especializada.

Operação e liquidação do Master

A Polícia Federal deflagrou no mês passado a Operação Compliance Zero, para apurar as suspeitas de crimes do Banco Master e do Banco de Brasília (BRB). Os indícios apontados pela investigação são que o Master fraudou documentos de carteiras de crédito e repassou essas carteiras ao BRB, que injetou R$ 12 bilhões na instituição de Daniel Vorcaro sem verificar os requisitos do negócio.

No dia 18 de novembro, o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Master. Na véspera, Vorcaro chegou a ser preso no Aeroporto de Guarulhos, quando embarcava para uma viagem ao exterior.

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Após onze dias, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) revogou sua prisão preventiva e dos outros quatro alvos. O caso agora está no Supremo Tribunal Federal (STF).

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