BRASÍLIA - O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) suspendeu, por medida cautelar, o repasse de descontos referentes a empréstimos consignados e cartões de crédito nos benefícios do instituo vinculados ao Banco Master. A suspensão se refere aos valores descontados sem prévia oitiva do interessado.
A decisão, assinada pelo presidente do INSS, Gilberto Waller Jr., no dia 26 de novembro, justifica que esta é uma "medida necessária para cessar possíveis irregularidades e resguardar o interesse público, até a conclusão definitiva do processo de apuração".
A suspensão foi revelada pela Folha de S.Paulo e confirmada pelo Estadão/Broadcast. Segundo o INSS, a medida já gerou o bloqueio de R$ 27 milhões em repasses até esta terça-feira, 9.
A suspensão é decorrente de processo instaurado para apurar irregularidades no Acordo de Cooperação Técnica (ACT) celebrado entre o INSS e o Banco Master, conforme manifestação da Diretoria de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão (Dirben) e da Procuradoria Federal Especializada.
Operação e liquidação do Master
A Polícia Federal deflagrou no mês passado a Operação Compliance Zero, para apurar as suspeitas de crimes do Banco Master e do Banco de Brasília (BRB). Os indícios apontados pela investigação são que o Master fraudou documentos de carteiras de crédito e repassou essas carteiras ao BRB, que injetou R$ 12 bilhões na instituição de Daniel Vorcaro sem verificar os requisitos do negócio.
No dia 18 de novembro, o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Master. Na véspera, Vorcaro chegou a ser preso no Aeroporto de Guarulhos, quando embarcava para uma viagem ao exterior.
Após onze dias, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) revogou sua prisão preventiva e dos outros quatro alvos. O caso agora está no Supremo Tribunal Federal (STF).