Ideia do governo não é pedir mais prazo para tarifas, mas resolver o problema neste mês, diz Alckmin

Vice-presidente teve reunião com cerca de 20 representantes do agro, de setores como café, carnes e frutas, para discutir as tarifas de 50% dos EUA sobre produtos brasileiros

15 jul 2025 - 17h34
(atualizado às 21h09)
Alckmin afirma que governo quer resolver tarifaço de Trump ainda este mês
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BRASÍLIA - O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, disse nesta terça-feira, 15, que o governo não pretende conseguir uma prorrogação do início das tarifas de 50% dos EUA sobre produtos brasileiros, mas resolver a questão antes que a cobrança comece.

O vice-presidente se encontrou com representantes do agronegócio na sede do ministério, e eles pediram extensão do prazo. No entanto, Alckmin negou que o governo Lula esteja trabalhando para essa dilatação do prazo. "Houve uma colocação aqui de que o prazo é exíguo, foi pedido um prazo maior, mas a ideia do governo não é pedir que o prazo seja estendido, e sim procurar resolver até o dia 31 (de julho)."

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"Nós temos os próximos dias muito importantes para reverter um quadro que não tem a menor lógica do ponto de vista econômico nem comercial", disse Alckmin após agenda com representantes do agronegócio. "[A sobretaxa] é prejudicial ao Brasil e é prejudicial aos Estados Unidos", completou.

O vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin, entre o presidente da CNI, Ricardo Alban (esq.), e o da Fiesp, Josué Gomes, no encontro desta terça-feira, 15, para discutir tarifaço de Trump
O vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin, entre o presidente da CNI, Ricardo Alban (esq.), e o da Fiesp, Josué Gomes, no encontro desta terça-feira, 15, para discutir tarifaço de Trump
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

Alckmin classificou a reunião com representantes do agro como "bastante proveitosa".

Participaram quase 20 pessoas do setor, entre elas o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Café, Pavel Cardoso, o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Roberto Perosa, e o presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), Guilherme Coelho.

Ainda segundo o vice-presidente, todos os representantes se comprometeram a dialogar com seus congêneres, contatando também os empresários americanos e mostrando os prejuízos para a população daquele país.

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Antes dessa reunião, na parte da manhã, Alckmin e ministros do governo Lula se reuniram com 18 executivos de diferentes setores industriais.

Estavam presentes o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban; o presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva; e de lideranças de setores como siderurgia, papel e celulose, aeronáutica, calçados, têxtil, máquinas e equipamentos, madeira e autopeças, entre outros.

Reuniões com empresários continuam

Alckmin afirmou que seguirá nesta semana com a agenda de reuniões com setores impactados pela sobretaxa de 50%.

Ele disse que nesta quarta, 16, haverá reuniões com a Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham) e outros setores que pediram para participar das conversas, como a indústria química, a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Confederação Nacional do Comércio (CNC).

Ele ainda citou empresas de software, inclusive de origem americana, e centrais sindicais. "Continuam essas conversas", disse o vice-presidente.

Alckmin ainda destacou que já recebeu anteriormente o encarregado de negócios da embaixada americana no Brasil, Gabriel Escobar.

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"E temos mantido um contato importante com o secretário Howard Lutnick e com o embaixador Jamieson Greer, da USTR [o Escritório do Representante Comercial dos EUA]".

Sobre a questão dos produtos perecíveis e de bens já embarcados, Alckmin se limitou a dizer que as duas questões são "urgentes".

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