Ibovespa fecha em leve queda com política no radar

9 dez 2025 - 18h41

O Ibovespa fechou a terça-feira em leve queda, com os ganhos em papéis ligados a commodities ajudando o índice a apagar a maior parte das perdas observadas durante a manhã, enquanto agentes monitoraram o noticiário político com novos comentários do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) sobre sua candidatura à Presidência.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa recuou 0,13%, a 157.981,13 pontos, após marcar 155.187,81 na mínima e 158.851,19 na máxima do dia. O volume financeiro no pregão desta terça-feira somou R$25 bilhões.

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Flávio Bolsonaro repetiu na manhã desta terça-feira que sua candidatura à Presidência é irreversível, agradeceu o apoio manifestado na véspera pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e disse que a preocupação dos mercados financeiros é com uma possível reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Divulgada na sexta-feira, a notícia de que o ex-presidente Jair Bolsonaro havia escolhido Flávio para ser o candidato do campo bolsonarista à Presidência foi mal recebida pelo mercado, já que os agentes entendem que Flávio reúne menos condições que Tarcísio para atrair o eleitor de centro e derrotar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"O mercado estava comprando muito mais que o [Jair] Bolsonaro iria apoiar Tarcísio", disse Thiago Calestine, economista e sócio da Dom Investimentos.

Ao longo da tarde, o mau humor foi se dissipando, com os ganhos de ações da Petrobras e de siderúrgicas revertendo a tendência de queda do índice acionário, que chegou a operar em leve alta.

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"Um dos principais motivos para essa reversão de preço foi o investidor olhando para a bolsa e vendo preços descontados ao que nós tínhamos na semana anterior", afirmou Willian Queiroz, sócio e advisor da Blue3 Investimentos.

Também durante a tarde, já no noticiário político, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que a Casa irá empreender um esforço concentrado para votar matérias de interesse da equipe econômica e também deverá usar seus últimos dias antes do recesso para votar o chamado projeto da dosimetria, que reduz penas de envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023.

Os agentes aguardam agora as decisões de juros do Banco Central e do Federal Reserve, que serão divulgadas na quarta-feira, e que adicionaram algum grau de cautela nas negociações.

As apostas majoritárias do mercado sinalizam manutenção da Selic em 15%, enquanto para o Fed a perspectiva é de corte de 25 pontos-base da taxa de juros dos EUA, mesmo após a publicação de dados de emprego do mercado de trabalho norte-americano melhores que o esperado nesta terça-feira.

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DESTAQUES

- PETROBRAS PN e PETROBRAS ON avançaram 0,63%, destoando da queda do petróleo no exterior.

- VALE ON ficou estável, com leve alta de 0,06%, pressionada pela queda dos futuros do minério de ferro na China. Ainda assim, as siderúrgicas USIMINAS e CSN subiram 3,68% e 3,31%, respectivamente.

- MAGAZINE LUIZA ON liderou as perdas do índice, caindo 4,93%, junto com outras varejistas como LOJAS RENNER ON, que perdeu 1,83%, em meio ao avanço nos juros futuros.

- BRADESCO PN caiu 1,32%, ITAÚ UNIBANCO PN recuou 0,22%, SANTANDER BRASIL UNIT perdeu 2,13% e BANCO DO BRASIL ON teve queda de 0,51%.

- KLABIN UNIT avançou 0,75%. A companhia aprovou R$1,1 bilhão em dividendos intercalares e um aumento de capital com bonificação de ações de R$800 milhões. Mais cedo, a empresa teve encontro com investidores em que detalhou planos de investimento decrescentes a partir de 2027.

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- EMBRAER ON subiu 3%. A companhia anunciou nesta terça-feira que aprovou R$79,7 milhões em JCP e dividendos intercalares de R$80 milhões. Além disso, nesta terça também foi anunciado que o BNDES aprovou financiamento de R$200 milhões para Eve Air Mobility, subsidiária da Embraer, para preparar o "táxi voador" para fase de testes e obtenção de certificado na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

- CVC BRASIL avançou 2,63%. Na segunda-feira, a empresa anunciou que o Goldman Sachs passou a deter 5,10% das ações ordinárias da companhia.

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