Governadores do Nordeste se reunirão com Alckmin para discutir tarifas adicionais de 50% impostas por Trump, enquanto Pernambuco busca crédito emergencial e medidas compensatórias para mitigar impactos econômicos.
Os governadores dos estados do Nordeste vão se reunir em Brasília com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) na próxima terça-feira, 5, para uma reunião sobre o aumento tarifário decretado pelos Estados Unidos.
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Na quarta-feira, 30, o presidente dos EUA, Donald Trump, assinou uma Ordem Executiva implementando uma tarifa adicional de 40% sobre o Brasil --que se somam aos 10% já existentes--, elevando o valor total para 50%. A lista de exceções conta com 694 itens, entre eles estão produtos como o suco de laranja, a celulose e aviões da Embraer.
Após o anúncio do tarifaço de 50%, o governo de Pernambuco divulgou uma nota afirmando que a medida "gera instabilidade e pode afetar as relações comerciais" com o estado e que "vem dialogando com os setores produtivos que serão afetados".
"A prioridade máxima do governo de Pernambuco é proteger os milhares de empregos que dependem do dinamismo da economia do Estado, atuando ao lado do setor produtivo", disse o comunicado.
Diante do decreto, Pernambuco informou que solicitou apoio do Governo Federal em três frentes principais. São as seguintes:
- Disponibilização, via Banco do Nordeste do Brasil (BNB), de linhas emergenciais de crédito para os setores diretamente afetados, com condições especiais de carência, prazos e taxas;
- Adoção de medidas compensatórias, como o incentivo à diversificação de mercados internacionais, a facilitação de acesso a países parceiros e políticas de apoio à exportação; e
- Proteção e promoção dos interesses dos setores produtivos do Nordeste brasileiro na interlocução com os Estados Unidos..
Tarifaço de 50%
A taxação sobre produtos brasileiros, imposta por Trump, passa a valer a partir de 6 de agosto. De acordo com a Casa Branca, a medida passa a valer "em ou após 0h01, horário de verão do leste, 7 dias após a data do decreto, excluindo o dia em que o decreto for assinado". Anteriormente, o mandatário norte-americano havia dito que o prazo final era o dia 1º de agosto.
No comunicado intitulado "enfrentando ameaças aos Estados Unidos pelo Governo do Brasil", Trump afirma que as políticas, práticas e ações recentes do governo brasileiro "ameaçam a segurança nacional, a política externa e a economia dos Estados Unidos".
Ele também cita um ex-presidente como "perseguido politicamente", referindo-se à Jair Bolsonaro (PL), réu por tentativa de abolição violenta do estado democrático de direito, entre outros crimes. Segundo ele, isso estaria "contribuindo para o colapso deliberado do Estado de Direito no Brasil, para a intimidação politicamente motivada e para abusos de direitos humanos".