Fundo soberano da Noruega vê com cautela investimentos em data centers

10 dez 2025 - 15h13

O fundo soberano da Noruega, avaliado em US$2 trilhões, assumiu uma postura cautelosa em relação a investimentos em data centers devido à volatilidade do setor, disse à Reuters o novo chefe de investimentos imobiliários do órgão.

"Não temos planos concretos para investir lá", afirmou Alexander Knapp, o novo chefe da área imobiliária da Norges Bank Investment Management (NBIM), gestora do fundo.

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O maior fundo soberano do mundo possui participações em empresas proprietárias de data centers, mas não tem participação direta.

A NBIM lançou nesta quarta-feira uma nova estratégia imobiliária que prevê a expansão de sua atuação para além das principais cidades da Europa Ocidental, dos Estados Unidos e do Canadá, afirmou Knapp.

Isso pode significar investir diretamente no aquecido mercado de imóveis para aluguel, que atraiu diversos grandes investidores concorrentes.

"Estamos tentando ser cautelosos em nossa abordagem, portanto, com setores voláteis, somos muito cuidadosos", disse Knapp ao ser questionado sobre data centers, acrescentando: "Estamos tentando fazer investimentos que aumentem os retornos do fundo como um todo e não assumir riscos indevidos".

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A UBS prevê uma demanda muito robusta impulsionando a construção de data centers, principalmente nos EUA, à medida que grandes empresas de tecnologia como a Microsoft, a Amazon e o Google constroem infraestrutura para apoiar o desenvolvimento da IA.

Ao mesmo tempo, alguns investidores temem que esse crescimento possa ser muito rápido, insustentável e terminar repentinamente.

MERCADO IMOBILIÁRIO

Em carta datada de 3 de novembro e endereçada ao Ministério das Finanças da Noruega, a NBIM afirmou que seus investimentos imobiliários tiveram desempenho inferior ao de suas participações em ações e títulos, acrescentando: "O Norges Bank não está satisfeito com os resultados na gestão imobiliária e está implementando mudanças na estratégia".

O setor imobiliário registrou um retorno de 1,8% no primeiro semestre de 2025, segundo dados do fundo, contra 6,7% para ações e 3,3% para títulos.

A NBIM vem investindo diretamente em imóveis desde 2010, e esses investimentos valiam US$36,09 bilhões, ou 1,86% do valor total do fundo, em 30 de junho, segundo dados do fundo.

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Além disso, o fundo possui investimentos em empresas imobiliárias listadas em bolsa, que totalizavam US$32,80 bilhões em 30 de junho, ou 1,69% do valor total, segundo a própria instituição.

A parte não cotada da carteira apresentou um retorno de 4,0% no primeiro semestre de 2025, segundo dados do fundo, enquanto os investimentos em imóveis cotados renderam -0,5%.

CONSOLIDAÇÃO

O objetivo da NBIM é desenvolver um portfólio mais amplo, com mais oportunidades e mais possibilidades de diversificação.

A parte privada de seu portfólio imobiliário está concentrada em 10 cidades globais: Tóquio, Cingapura, Nova York, Boston, San Francisco, Washington, Londres, Paris, Berlim e Munique.

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"Agora é uma estratégia para a Europa Ocidental e uma estratégia para os EUA e Canadá", disse Knapp. "Portanto, geograficamente mais ampla, sem citar cidades específicas, estamos apenas procurando bons locais."

O fundo pretende integrar totalmente os investimentos imobiliários públicos e privados, disse Knapp, o que significa que irá avaliar se deve investir adquirindo uma participação direta ou investindo em uma empresa imobiliária cotada em bolsa.

O portfólio imobiliário do mercado privado tendeu a se concentrar em escritórios, varejo e logística, enquanto outros setores, incluindo habitação, foram detidos por meio de investimentos em empresas de capital aberto.

No futuro, o fundo também poderá adquirir imóveis residenciais, incluindo moradias estudantis, disse Knapp.

"É um segmento consolidado do mercado imobiliário e no qual estaríamos dispostos a investir", disse Knapp.

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