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Entidade de defesa do consumidor critica recuo do BC na regulação do Pix parcelado

Para Idec, BC deixou tema sob responsabilidade de cada instituição, o que gera ambiente de 'desordem' e pode favorecer abusos, além de confundir consumidores e agravar endividamento

5 dez 2025 - 12h18

O Instituto de Defesa de Consumidores (Idec) criticou a decisão do Banco Central de retardar a regulamentação do Pix Parcelado. A autoridade monetária informou a participantes do mercado que a regulação, antes prevista para novembro, agora não tem prazo determinado.

Em comunicado, o Idec afirmou que o BC desistiu de criar regras comuns e optou por deixar o tema sob responsabilidade de cada instituição financeira. Para a entidade, isso gera um ambiente de "desordem regulatória", que pode favorecer abusos, confundir consumidores e agravar o endividamento no País.

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Segundo o Idec, o BC proibiu o uso da marca "Pix Parcelado", mas permitiu variações como "parcelas no Pix" ou "crédito no Pix". O instituto, porém, avalia que a mudança mantém consumidores expostos a produtos de crédito sem padrões mínimos de transparência ou previsibilidade sobre juros.

Regulação do Pix Parcelado não tem prazo para ser publicada pelo BC
Regulação do Pix Parcelado não tem prazo para ser publicada pelo BC
Foto: Bruno Peres/Agência Brasil / Estadão

Originalmente prevista para setembro e depois adiada para novembro, a regulação do Pix Parcelado deve demorar mais tempo e não tem prazo para ser publicada pelo BC. Segundo pessoas que acompanham o tema de perto, são necessários mais estudos para equilibrar os modelos produzidos pelo mercado e ganhos para o usuário.

Na quinta-feira, 4, durante uma plenária do Fórum Pix, um ambiente de coordenação e discussão com os agentes do mercado, técnicos do BC disseram que a regulamentação não seria lançada, de acordo com pessoas que participaram do encontro e conversaram com a reportagem sob a condição de anonimato. Imediatamente, a possibilidade seria de fazer restrições pontuais nos modelos já em operação pelo mercado.

No entanto, a regulação e a criação de um produto padronizado continuam na agenda da autarquia, mas os técnicos ainda não chegaram a uma solução que cumpra dois pré-requisitos: não desincentivar as operações de crédito criadas pelo mercado e atualmente chamadas de "Pix Parcelado", por um lado, e aumentar a transparência, eficiência e usabilidade para o usuário, por outro.

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