Dólar salta 1% e cola nos R$ 3,25 com receios de Previdência

29 nov 2017 - 17h11
(atualizado às 17h52)
Notas de reais e dólares em uma casa de câmbio no Rio de Janeiro 10/09/2015  REUTERS/Ricardo Moraes
Notas de reais e dólares em uma casa de câmbio no Rio de Janeiro 10/09/2015 REUTERS/Ricardo Moraes
Foto: Reuters

O dólar fechou com alta de 1% nesta quarta-feira, encostando no patamar de R$ 3,25, com o mercado reduzindo o otimismo sobre a expectativa de que o governo do presidente Michel Temer consiga aprovar a reforma da Previdência em breve.

O dólar avançou 0,98%, a R$ 3,2401 na venda, depois de bater R$ 3,2480 na máxima do dia e R$ 3,2009 na mínima. O dólar futuro subia cerca de 0,75% no final da tarde.

Publicidade

O ponto de virada ocorreu após o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, dizer que o governo não via mais possibilidade de fazer novas concessões no atual texto da reforma da Previdência, porque muitas já haviam sido feitas antes. Mesmo assim, acrescentou que espera que a matéria seja votada na Câmara dos Deputados na próxima semana.

"O mercado entendeu que acabaram os recursos para fazer algum deputado mudar de voto", afirmou o operador de uma corretora nacional.

O ministro disse ainda que o PSDB deixou a base aliada do governo. Era justamente a percepção de que a legenda ajudaria o presidente Michel Temer a tirar a reforma do papel que sustentou o bom humor dos mercados na véspera e nos últimos dias.

Dos oito últimos pregões até a véspera, a moeda norte-americana recuou em sete deles, acumulando perdas de 3%.

Publicidade

Pela manhã, o mercado chegou a manter o viés mais positivo, com maiores apostas de que a Previdência --considerada essencial para colocar as contas públicas em ordem-- seria aprovada em breve, apesar de o governo não ter os votos suficientes dos parlamentares.

O bom humor dos investidores permaneceu mesmo com os sinais de dificuldade com que o governo tem se deparado para garantir apoio político e votar a reforma o mais rápido possível.

Na véspera, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que é importante que a reforma da Previdência seja aprovada até o fim do mandato de Temer, reconhecendo maior dificuldade de passar o texto na Câmara dos Deputados ainda este ano, como espera o governo.

"Ainda é cedo para dizer que se reverteu a tendência de queda do dólar", afirmou o gerente de câmbio da corretora Fair, Mario Battistel, argumentando que o governo tem feito esforços para tentar aprovar a reforma. "O mercado acostumou a trabalhar entre R$ 3,20 e R$ 3,30", acrescentou.

Publicidade

O mercado também já se preparava para a volta do Banco Central ao mercado de câmbio para rolar os swaps cambiais, contratos que se assemelham à venda futura de dólares, que vencem em janeiro, no valor equivalente a US$ 9,638 bilhões. Em novembro e em dezembro, não houve vencimentos e, por isso, o BC ficou de fora do mercado.

Hoje, segundo dados da autoridade monetária, o estoque total dos swaps estava em US$ 23,794 bilhões.

Reuters - Esta publicação inclusive informação e dados são de propriedade intelectual de Reuters. Fica expresamente proibido seu uso ou de seu nome sem a prévia autorização de Reuters. Todos os direitos reservados.
TAGS
Curtiu? Fique por dentro das principais notícias através do nosso ZAP
Inscreva-se