Bolsas de NY encerram em alta, com impulso de acordo EUA-México

27 ago 2018 - 18h39

O anúncio de um acordo de livre-comércio firmado entre Estados Unidos e México arrefeceu as tensões no cenário do comércio global e fez com que os mercados acionários americanos encerrassem o pregão desta segunda-feira, 27, em alta. O setor financeiro e de insumos foram os mais beneficiados pelas notícias vindas de Washington e deram apoio aos principais índices acionários em Nova York, com o Dow Jones se firmando acima dos 26 mil pontos e o S&P 500 renovando máxima histórica de fechamento. Quem também bateu recorde foi o Nasdaq, que superou a barreira dos 8 mil pontos pela primeira vez, com apoio das giant techs.

O índice Dow Jones alcançou o maior nível desde 1º de fevereiro, ao fechar em alta de 1,01%, para 26.049,64 pontos. O S&P 500 renovou recorde ao subir 0,77%, aos 2.896,74 pontos, enquanto o Nasdaq avançou 0,91%, para 8.071,90 pontos.

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Os principais indicadores acionários dos EUA foram favorecidos pelo cenário de maior busca por ativos considerados mais arriscados, como as ações. Logo no início do dia, imperou o uso do "fator contracíclico" no câmbio pelo Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês), como uma medida para conter a queda do yuan, o que enfraquece a hipótese de que a moeda chinesa seja usada em uma guerra comercial total entre Washington e Pequim. Para o estrategista Maximillian Lin, do NatWest Markets, essa é uma "medida defensiva" para desacelerar os recuos do yuan, e não uma suposta concessão aos EUA na disputa comercial.

Os avanços mais robustos das bolsas, no entanto, vieram com o acordo firmado entre EUA e México. De acordo com o Escritório do Representante Comercial (USTR, na sigla em inglês), o novo acordo exige que ao menos 75% das autopeças usadas nos veículos fabricados nos territórios americano e mexicano tenham origem nesses dois países - atualmente, a cota é de 62,5%, de acordo com o BMO Capital Markets. Além disso, o entendimento entre os dois países "usa regras comerciais para impulsionar salários mais altos" ao determinar que ao menos "40% a 45% das autopeças sejam feitas por trabalhadores recebendo ao menos US$ 16 por hora".

Outros pontos do acordo foram as tarifas zero a produtos agrícolas comercializados entre os dois países, a implementação da cláusula do pôr do sol, que prevê a renovação do pacto comercial a cada seis anos, e o fim do sistema de resolução de disputas comerciais, que é implementado, por exemplo, no âmbito do Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta, na sigla em inglês). Quanto à inserção do Canadá no novo pacto, "vamos ver se eles podem fazer parte do acordo", disse o presidente dos EUA, Donald Trump. Alguns pontos do entendimento entre americanos e mexicanos ferem partes do Nafta que o Canadá desejava manter, como o sistema de resolução de disputas.

Dado o cenário menos nublado no comércio global, as ações de montadoras apresentaram avanço robusto. Os papéis da Ford fecharam com ganho de 3,20%, os da Fiat Chrysler subiram 4,82% e os da General Motors saltaram 4,84%. Investidores temiam que as montadoras, uma das áreas de maior preocupação no Nafta, fossem particularmente vulneráveis às consequências das tarifas e das regras de produção. Caso o Canadá se junte às negociações, haveria um alívio ainda maior às incertezas sobre os mercados.

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Os setores financeiro e de insumos apresentaram ganhos consistentes com o noticiário comercial. A ação do Goldman Sachs avançou 3,19% e a do Morgan Stanley teve alta de 3,64%, enquanto o papel da DowDuPont mostrou ganho de 2,31%.

No setor de tecnologia, o destaque ficou por conta da Apple, que subiu 0,82%, em meio a relatos sobre os planos da empresa para o próximo lote de iPhones. A Apple planeja lançar três novos telefones durante o outono no Hemisfério Norte e procura gerar novidades para o modelo de baixo custo por meio de mais opções de cores e pela semelhança com o iPhone X. O novo dispositivo deve ter bordas de alumínio, e não de aço, e terá uma tela LCD, enquanto o iPhone X tem uma tela OLED.

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