BNDES aprova R$1,13 bi em empréstimo para CSN

29 dez 2025 - 09h03

O BNDES aprovou um empréstimo de R$1,13 bilhão para a Companhia Siderúrgica Nacional, anunciou o banco de fomento nesta segunda-feira, citando que os recursos devem ser usados para modernização da usina da empresa ‌em Volta Redonda (RJ).

Parte dos recursos já foi investida pela siderúrgica e parte será usada para compra de máquinas ‌e equipamentos, afirmou o BNDES, citando que entre as várias linhas de financiamento do banco há uma que prevê recursos para investimentos já feitos, o que caracteriza a operação como uma espécie de reembolso.

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O banco não informou detalhes como prazo e juros ao ser questionado sobre as condições do empréstimo à ‍CSN.

O projeto da CSN, segundo o banco de fomento, começou a ser colocado em prática em 2023 para atender obrigações previstas em um termo de ajustamento de conduta (TAC) com o órgão ambiental do Rio de Janeiro, INEA.

O anúncio dos recursos ocorre em um momento em que a ‌empresa vem sendo pressionada a reduzir seu endividamento. Em novembro, a agência ‌de classificação de risco S&P colocou a recomendação de crédito da CSN em observação para possível corte, diante de uma redução da alavancagem que considerou mais lenta que o esperado.

Na semana passada, a CSN anunciou a venda de até 11,2% de participação na transportadora ferroviária MRS para a sua própria mineradora por R$3,35 bilhões.

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Do total de recursos a ser entregue pelo BNDES à CSN, R$625,8 milhões correspondem a reembolsos de investimentos que a empresa afirmou que realizou, o que inclui instalações de sinterização de minério de ferro com novos precipitadores e filtros. Segundo o banco, essas iniciativas permitem reduzir emissões de poluentes e melhorar a qualidade do ar em Volta Redonda.

A usina da CSN em Volta Redonda, que tem origem nos anos de 1940 e, segundo a empresa, está a 141 quilômetros da cidade do Rio de Janeiro, tem capacidade anual de produção de 5,8 milhões de toneladas de aço.

Segundo o banco de fomento, o financiamento aprovado para a empresa controlada por Benjamin Steinbruch "está alinhado à determinação do governo do presidente (Luiz Inácio) Lula (da Silva) de descarbonização da indústria brasileira, com a melhoria ‌da qualidade do ar no entorno da fábrica, beneficiando diretamente a população de Volta Redonda. Além disso, o projeto inclui o reaproveitamento de matéria-prima e fortalece a cadeia produtiva nacional de equipamentos", afirmou o diretor de desenvolvimento produtivo, inovação e comércio exterior do BNDES, José Luis Gordon, em comunicado à imprensa.

(Edição Alberto Alerigi Jr.)

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