BCE manterá juros sem mudanças até o fim de 2026, dizem economistas

10 dez 2025 - 11h33

O Banco Central Europeu (BCE) manterá as taxas de juros inalteradas em 18 de dezembro e as deixará no atual patamar durante o próximo ano, de acordo com a maioria dos economistas consultados pela Reuters, já que a expectativa é de que a inflação permaneça controlada e a economia siga resiliente.

A inflação na zona do euro subiu para 2,2% em novembro, ante 2,1% em outubro, mas permanece bem ancorada em torno da meta de 2% do BCE até o momento neste ano. A economia também cresceu a uma média próxima de 1,5% nos últimos dois trimestres, o que sugere que o banco central não tem motivos urgentes para ajustar as taxas de juros.

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Os membros do conselho do BCE que se manifestaram recentemente apoiaram essa visão, sem prever mudanças no curto prazo.

O BCE reduziu os juros de referência em dois pontos percentuais no ano até junho e os manteve estáveis desde então.

Todos os 96 economistas consultados pela Reuters entre 5 e 10 de dezembro afirmaram que o BCE manterá a taxa de depósito em 2% na próxima semana.

Cerca de 80% dos economistas disseram que a taxa permanecerá inalterada até meados de 2026. Quase 75% mantiveram essa visão até o final de 2026, um aumento em relação aos cerca de dois terços registrados na pesquisa do mês passado.

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"A economia tem se mostrado mais resiliente do que esperávamos... e, se analisarmos a inflação, acho que eles (o BCE) não têm realmente motivos para ajustar as taxas em dezembro ou nas próximas reuniões, já que estamos praticamente dentro da meta", disse Bas van Geffen, estrategista macro sênior do Rabobank.

"Não descarto novos cortes nas taxas de juros, mas isso teria que ser em resposta a um choque negativo considerável e não seria apenas um corte... (mas) por enquanto, os riscos ainda estão um pouco inclinados para o lado negativo."

A presidente do BCE, Christine Lagarde, afirmou nesta quarta-feira que a resiliência inesperada da economia em relação à incerteza e às tensões comerciais poderá levar o banco central a revisar para cima suas projeções de crescimento em dezembro, mas acrescentou que a política monetária se encontra em um "bom momento".

Com dados de crescimento e inflação surpreendentemente positivos, os contratos futuros de taxas de juros praticamente descartaram qualquer expectativa de novas medidas de flexibilização monetária, pelo menos até meados de 2026.

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A inflação, atualmente em 2,2%, deverá cair para 2,1% neste trimestre e para 1,7% no primeiro trimestre de 2026, ficando abaixo da meta de 2% do BCE até 2026, de acordo com a visão mediana dos economistas consultados na pesquisa.

Muitos dizem que a baixa inflação pode significar que a próxima medida do banco central ainda poderá ser um corte, e não um aumento. A maioria dos economistas, em uma pesquisa de outubro, afirmou que a economia da zona do euro provavelmente cresceria mais lentamente do que o esperado no próximo ano.

"Persistem riscos claros de queda no crescimento, dado certo afrouxamento do mercado de trabalho e o potencial de o estímulo alemão decepcionar", observou Fabio Balboni, economista sênior para a Europa do HSBC.

"Com a inflação prevista para ficar abaixo da meta... nosso cenário base continua sendo a manutenção das taxas de juros ao longo do próximo ano, mas consideramos o risco de cortes em 2026 -- provavelmente pelo menos dois, caso o ciclo de redução de juros seja retomado -- significativamente maior do que o risco de aumentos."

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A pesquisa indicou que o crescimento médio previsto para este ano era de 1,4% e para 2026 de 1,1%.

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