BRASÍLIA - A poucas horas do início dos depoimentos no Supremo Tribunal Federal (STF), marcado para as 14h desta terça-feira, 30, o Banco Central ainda não sabe se o diretor de Fiscalização da instituição, Ailton de Aquino, poderá participar por meio de videoconferência.
Na segunda-feira, o STF informou que havia essa possibilidade, mas sem prestar maiores esclarecimentos sobre como isso aconteceria. O BC, então, fez uma solicitação para entender como seria o depoimento à distância e se Aquino poderia participar dessa forma.
A resposta inicial do gabinete do ministro Dias Toffoli foi de que apenas os que estão fora de Brasília poderiam fazer por vídeo, ou seja, que Aquino teria que ir presencialmente. Procurada, a assessoria do STF, por sua vez, informou que isso estaria aberto a todos, o que incluiria Aquino. Já o BC, questionado formalmente, não quis se pronunciar.
Aquino é o diretor que recomendou o voto pela liquidação do banco para a diretoria colegiada do Banco Central, e também é o responsável, ao lado do presidente Gabriel Galípolo, por informar o Ministério Público sobre os ativos podres e indícios de fraude encontrados no banco.
O dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, chegou ao STF no final da manhã desta terça e prestará depoimento de forma presencial na sala de audiências da Corte.
Autora do pedido de prisão preventiva de Vorcaro, a delegada da PF Janaína Palazzo será a responsável por conduzir os interrogatórios. Depois de determinar que a Polícia Federal fizesse uma acareação do dono do Banco Master com diretor do Banco Central, o ministro do STF deu autonomia para a delegada encarregada do caso decidir se haverá mesmo necessidade de pôr os interrogados frente a frente.
A expectativa é de que a delegada colete, inicialmente, o depoimento de cada um dos três depoentes para, em seguida, confrontá-los sobre pontos divergentes caso julgue necessário.
Toffoli havia pedido ao diretor-geral da PF, Andrei Passos Rodrigues, para designar um delegado para a condução das diligências.
Andrei decidiu manter a delegada que conduzia o caso desde o início, a chefe da Delegacia de Inquéritos Especiais da Superintendência da PF em Brasília, Janaína Palazzo.
Ela apontou à Justiça Federal a existência de irregularidades na venda de falsas carteiras de crédito consignado do Banco Master para o BRB por R$ 12,2 bilhões. Com base nos indícios colhidos, a delegada pediu à Justiça Federal a prisão preventiva de Vorcaro e outros dirigentes do Master.