Os trabalhadores da Petrobras do Norte Fluminense, que atuam na Bacia de Campos, decidiram nesta terça-feira em assembleia encerrar uma greve iniciada em 15 de dezembro e aprovar uma última proposta apresentada pela petroleira para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), informou o sindicato da região em comunicado.
O Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF) é o único dos sindicatos filiados à Federação Única dos Petroleiros (FUP) que permanecia em greve. Os demais haviam aprovado indicativo da federação para o encerramento das manifestações na semana passada, após terem reconhecido avanços nas negociações.
A FUP tem um total de 14 sindicatos filiados, sendo 13 sindipetros e o Sindiquímica Paraná, que agrega funcionários de fábrica de fertilizantes da Petrobras.
O coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, afirmou que a greve garantiu "avanços significativos" relacionados às principais reivindicações da categoria.
"Sabemos que nós não conseguimos tudo aquilo que gostaríamos, mas agora é tempo de a categoria se reagrupar porque teremos negociações importantes em 2026, a respeito da PLR (Participação nos Lucros e Resultados), do novo plano de cargos e salários e a negociação que será feita sobre os PEDS (Planos de Equacionamento do Déficit)", disse Bacelar, em nota.
A contraproposta da Petrobras trouxe avanços, com 83 mudanças redacionais ou novos benefícios, disse o Sindipetro-NF.
"A greve cumpriu o seu papel. Nós conseguimos, através dessa mobilização, reafirmar nossa independência política e sindical", disse o coordenador-geral do Sindipetro-NF, Sérgio Borges, em nota.
Na assembleia, porém, os petroleiros de Campos também aprovaram a manutenção do Estado de Assembleia Permanente e o Estado de Greve, com o objetivo de garantir que a Petrobras cumpra com compromissos, segundo afirmaram.
Procurada, a Petrobras confirmou a aprovação do Sindipetro-NF e afirmou que no decorrer desta terça-feira outras bases sindicais devem deliberar sobre o tema.
A petroleira voltou a afirmar ainda que as paralisações que tiveram início em 15 de dezembro não trouxeram impacto à produção, e o abastecimento ao mercado segue garantido, sem alterações. Segundo a empresa, equipes de contingência foram mobilizadas onde necessário.
BACIA DE SANTOS EM GREVE
Por outro lado, os quatro sindicatos que são filiados à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) permanecem em greve. Dentre eles, o Sindicado dos Petroleiros do Litoral Paulista (Sindipetro-LP), que representa trabalhadores da Bacia de Santos, onde está a maior parte da produção de petróleo e gás do Brasil.
Na véspera, a Petrobras informou à Reuters que interrompeu temporariamente a produção na plataforma P-69, no campo de Tupi, no pré-sal da Bacia de Santos, devido a um procedimento de rotina de segurança.
Sobre os sindicatos que ainda não aprovaram o acordo, a Petrobras afirmou que entrou com uma ação judicial (Dissídio Coletivo de Greve) no Tribunal Superior do Trabalho (TST) para que o órgão possa mediar a situação.
Em decisão liminar, o TST determinou que 80% dos trabalhadores de cada unidade da Petrobras permaneçam em atividade e proibiu a obstrução de acesso a áreas operacionais, portos e aeroportos, disse a empresa.