BRASÍLIA - O mercado de trabalho brasileiro criou 85.864 novos empregos formais em novembro, segundo dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado nesta terça-feira, 30, pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O saldo é resultado de 1.979.902 admissões e 1.894.038 desligamentos.
Em outubro, o resultado havia sido positivo em 93.699 vagas, já incorporando os ajustes na série.
O número ficou acima da mediana da pesquisa Projeções Broadcast, que apontava para um saldo positivo de 79.120 novas vagas no penúltimo mês do ano. As expectativas para esta leitura variam de 54.000 a 142.000 vagas.
O saldo do mês passado é 19% menor do que o observado em novembro de 2024, quando foram criados 106.133 novos postos de trabalho, considerando a série com ajustes.
O saldo de janeiro a novembro é positivo em 1.895.130 postos formais, um resultado menor do que o observado no mesmo período de 2024, quando foram criados 2.126.843 novos empregos formais.
No acumulado de 12 meses (de dezembro de 2024 a novembro de 2025), os números mostram 1.339.878 contratações líquidas, 25% menor que o saldo observado no período de dezembro de 2023 a novembro de 2024 (1.781.293).
Resultado de 2025 não será desprezível, diz Marinho
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, disse nesta terça-feira que o resultado do Novo Caged em 2025 não será desprezível, visto como um bom número pelo governo. Ele voltou a criticar os juros altos por desacelerar a economia e questionou diretrizes do Conselho Monetário Nacional (CMN).
"Apesar, sim, de uma desaceleração, que eu venho chamando a atenção desde maio, durante o maio e todo o semestre, o papel aqui dos juros eu acho determinante para esse processo de desaceleração, porém, a combinação da tarefa nada fácil do Banco Central é de mirar a inflação", disse a jornalistas em coletiva no ministério.
O ministro apontou ainda que não é só o Banco Central que determina os juros, mas que as diretrizes são feitas no CMN. Ele disse que gostaria de sentar no conselho junto com o ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin.
"O pessoal do Banco Central sabe os desafios que tem, determinados pelo Conselho Monetário Nacional, sempre a gente fala do Banco Central, mas tem o Conselho Monetário que dá as diretrizes", disse.
"Eu adoraria sentar no Conselho Monetário Nacional, junto com o Ministro da Indústria e Comércio, nosso vice-presidente Alckmin, para ajudar quem está lá sentado, para ver se as diretrizes estão sendo adequadas ou não", completou.
Marinho não quis adiantar números fechados do ano no Caged de 2025 ou de 2026, mas afirmou esperar que ambos os resultados sejam positivos.
"O importante é um processo de continuidade, nesse sentido, o resultado de 25, ele não é desprezível, é um resultado muito positivo", disse, continuando: "enxergo para 26 que será um ano positivo, com todas as controvérsias que pode ter, a gente não olha os debates eleitorais".