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Alckmin afirma que redução de tarifa dos EUA em 10% é passo importante e que Brasil está otimista

Apesar do corte, o vice-presidente reconhece que o café brasileiro segue em desvantagem tarifária e que essa distorção ainda precisa ser corrigida

15 nov 2025 - 12h41
(atualizado às 14h11)

BRASÍLIA - O vice-presidente, Geraldo Alckmin, afirmou neste sábado, 15, que a decisão do governo Donald Trump de reduzir a tarifa-base de 10% sobre alguns produtos importados, como o café, é um "passo importante" e que o Brasil segue otimista em reduzir os 40% adicionais que incidem sobre o produto brasileiro vendido ao país.

Além da tarifa-base de 10% sobre alguns produtos, o Brasil sofre com uma sobretaxa de 40% imposta por Trump, que alegou perseguição política contra Jair Bolsonaro como um dos motivos para a sanção ao Brasil.

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O vice-presidente, Geraldo Alckmin, disse que o Brasil segue otimista em reduzir as tarifas de 40% impostas por Trump
O vice-presidente, Geraldo Alckmin, disse que o Brasil segue otimista em reduzir as tarifas de 40% impostas por Trump
Foto: Fábio Vieira/Estadão / Estadão

Em entrevista a jornalistas no Palácio do Planalto, Alckmin salientou que após a conversa entre Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na Malásia, os ministros de Relações Exteriores se reuniram, há três dias, o que indica que as negociações com o Brasil prosseguem.

"Estamos otimistas, foi dado um passo importante. Acho que outros passos serão dados e na direção correta", afirmou Alckmin. "O encontro do chanceler Mauro Vieira com o secretário de Estado Marco Rubio acabou de acontecer, faz três dias praticamente. Vamos agora aguardar os próximos passos, mas estamos otimistas com novos avanços."

Concorrentes ainda têm vantagem e Alckmin fala em 'distorção'

Apesar da redução de 10%, o produto brasileiro mantido sob o tarifaço (40%) perde competitividade em relação a concorrentes que não sofrem da mesma sanção. É o caso do Vietnã, que também vende café aos norte-americanos.

Alckmin reconheceu o problema e disse que é uma distorção a ser corrigida, mas, no caso específico do café, o tipo vendido pelo Vietnã é o conillon e que o Brasil vende o tipo arábica.

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"Há uma distorção que precisa ser corrigida. Todo mundo teve 10% a menos, só que, no caso do Brasil, tinha 50% e ficou com 40%, que é muito alto. No caso do Vietnã, reduziu 20%, que era 20%, foi para zero. Então, esse é o trabalho que vai ser feito", afirmou.

A medida anunciada por Trump na noite de sexta-feira, 14, beneficia, no caso do Brasil, o café, além de carnes, frutas (manga, goiaba, abacaxi, banana, açaí) e suco de laranja.

"Suco de laranja foi para zero. Isso representa US$ 1,2 bilhão na exportação para os Estados Unidos", disse o vice-presidente.

As estatísticas apresentadas pelo vice-presidente, que também é ministro de Desenvolvimento, Indústria, apontam que um terço dos produtos vendidos aos EUA estão sob efeito do tarifaço.

"Todo o empenho vai ser para reduzir mais. Ou excluir totalmente, como foi o caso do suco de laranja, que virou zero, o que representa US$ 1,2 bilhão de exportação para os Estados Unidos", disse.

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Com a medida anunciada nesta sexta, 26% das exportações brasileiras aos EUA ficarão sem a incidência de tarifas da era Trump, anunciadas desde o Liberation Day, em abril. Até então, esse percentual era de 23%.

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