A saída de Luccas Neto do SBT reforça uma constatação antiga no mercado: sucesso nas redes sociais não se traduz, necessariamente, em audiência na TV aberta. Apesar dos bilhões de visualizações acumuladas na internet, influenciadores digitais costumam enfrentar dificuldades para atrair o público tradicional da televisão, algo que, segundo críticos, a direção do SBT insiste em ignorar.
O principal ponto levantado é a diferença de público entre as plataformas. Enquanto a internet dialoga com faixas etárias mais jovens, a TV aberta brasileira ainda tem grande parte de sua audiência concentrada em mulheres acima dos 50 anos, especialmente donas de casa. Esse público, em geral, não se identifica com conteúdos de influenciadores, o que exige um entendimento claro do perfil do telespectador antes de apostar em novos formatos.
Para analistas, os erros de estratégia se repetem ao longo da programação do SBT, com apostas que não conversam com o público-alvo. O cenário teria contribuído para a perda de audiência da emissora, que acabou ficando atrás da Record no Ibope. A avaliação é que fazer TV aberta vai além de investimento financeiro: exige criatividade, conhecimento do mercado e, sobretudo, compreensão de quem está do outro lado da tela.