Time coloca Bolsonaro entre 100 mais influentes e o responsabiliza por mortos na pandemia e crise ambiental

23 set 2020 - 10h08

O presidente Jair Bolsonaro foi escolhido uma das 100 personalidades mais influentes do mundo neste ano pela revista Time, que o apontou como um dos responsáveis pelo alto número de mortos pela Covid-19 no Brasil e pelos incêndios recordes na floresta amazônica.

Presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia no Palácio do Planalto
28/08/2020
REUTERS/Adriano Machado
Presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia no Palácio do Planalto 28/08/2020 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

A lista, divulgada pela revista na noite de terça-feira, inclui um outro brasileiro, o influencidor digital Felipe Neto, além de nomes como o da chanceler alemã Angela Merkel, os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, o candidato democrata à Presidência dos EUA, Joe Biden, e o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus.

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O nome de Bolsonaro aparece na categoria "Líderes". No texto reservado ao presidente brasileiro, a revista destaca o "ceticismo teimoso" de Bolsonaro frente aos elevados índices de mortes no país durante a pandemia de Covid-19 e a "indiferença" do presidente diante dos incêndios na Amazônia.

"A história do ano do Brasil pode ser contada em números: 137 mil vidas perdidas para o coronavírus. A pior recessão em 40 anos. Pelo menos 5 ministros demitidos ou que pediram demissão. Mais de 29 mil incêndios na floresta amazônica somente em agosto. Um presidente cujo ceticismo teimoso sobre a pandemia e indiferença em relação à espoliação ambiental elevou todos esses números", afirma o texto assinado pelo editor internacional da Time, Dan Stewart.

Esta é a segunda vez que Bolsonaro aparece na lista. O texto destacou a aprovação dele em pesquisas de opinião --37% em levantamentos do final de agosto-- e a atribuiu em parte ao auxílio emergencial pago a vulneráveis durante a pandemia, mas também ao que chamou de "seguidores fervorosos" do presidente, "apesar de uma série de acusações de corrupção e um dos números mais altos de mortos por Covid-19 no mundo".

"Para sua base, ele simplesmente não pode errar. E o resto do Brasil, e do mundo, é deixado para contabilizar os custos", disse a Time.

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Na categoria "Ícones", Felipe Neto foi descrito como "o influenciador digital mais importante no Brasil, possivelmente no mundo", uma caracterização respaldada pelos cerca de 39,5 milhões de inscritos em seu canal no YouTube e os mais de 12,4 milhões de seguidores no Twitter.

O influenciador, que começou sua trajetória online há cerca de uma década, tem usado sua visibilidade para criticar o governo Bolsonaro desde as eleições de 2018.

"Neto encontra Bolsonaro nas próprias plataformas de mídia social em que o presidente navegou habilmente para divulgar informações falsas e ganhar seguidores durante sua eleição", disse o deputado federal David Miranda (PSOL-RJ), responsável pelo perfil sobre Neto para a revista.

"Quando Felipe Neto fala, milhões ouvem. E sua voz, agora justa e politizada, ressoa poderosamente em um país cuja democracia está em perigo", afirmou.

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