Duda Beat lançou o EP "Esse Delírio Vol.1", explorando o pop eletrônico e temas reflexivos, enquanto antecipa um próximo álbum com influências de ritmos nordestinos.
Eduarda Bittencourt Simões, a Duda Beat, é uma artista incansável. Essa é uma percepção compartilhada tanto pelos fãs quanto pela própria cantora. Desde que lançou a faixa Bixinho, em 2018, ela já produziu três álbuns, um álbum de remix, um EP, fez muitos shows e colaborou com uma extensa lista de artistas.
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A partir da última quinta-feira, 7, a discografia da artista ganhou um título, o EP esse delírio vol.1, lançado um pouco mais de um ano após o último álbum, Tara e Tal, de abril de 2024.
Com um trabalho 'colado' no outro, Duda atende a um mercado que anseia por lançamentos constantes e a uma audiência de fãs e haters atentos aos charts -- as listas que medem o sucesso de uma música.
Em entrevista exclusiva ao Terra, Duda não escondeu que sofre, sim, com a pressão de ter mais um hit em sua carreira, mas tenta não sucumbir a ela.
“Quando a gente quer muito fazer um hit, Deus sai da sala”, declarou a cantora, citando os produtores Pharrell Williams e Tomás Troia.
Mas essa consciência não chegou do nada. “Acho que a maturidade me deu um pouco isso, de não ficar tão preocupada. Só tentar ser feliz com as coisas que eu boto no mundo, senão vai virar uma grande loucura”, reflete a artista, que em outubro completará 38 anos.
A tônica do amadurecer também está presente no novo EP, junto de outros temas como depressão, tropeço, ilusão e quase-amor, tudo isso em uma atmosfera envolvente de um pop eletrônico.
Duda explica que a ideia do novo trabalho é presentear os fãs e dar vazão a músicas que ela compôs, mas que não se encaixam no novo álbum que está produzindo, que ela apelidou de DB4 (Duda Beat 4).
“Porque o DB4 vai vir em uma outra pegada. Mas eu também não quero que as pessoas não escutem essas músicas. Pensei: ‘Acho que eu vou criar um projeto pra mim’, que ainda é eletrônico. Chama ‘Esse Delírio’ por isso também, é um delírio meu. E vou alimentando essa coisa do eletrônico, do disco, que eu adoro”, revela.
O trabalho também mistura um batalhão de referências que vão desde o rock do Radiohead, passando pelo Nação Zumbi, Rita Lee, até chegar ao Trap do TZ da Coronel e Ajuliacosta, esses dois últimos, presentes no EP.
A faixa com TZ, Nossa Chance, foi a primeira a ganhar as redes e recebeu um videoclipe cheio de glamour. Duda se dedica à parte visual de suas obras, indo na contramão de gigantes como Beyoncé e Anitta, que já disparou: “Não tá valendo mais a pena fazer clipe”.
“Vou continuar fazendo porque é importante pra mim mostrar visualmente um pouco do que a música quer, ou uma interpretação diferente do que a música quer passar”, afirma a cantora, que ainda faz uma aposta: “Sobre a história do clipe não estar rendendo tanto: Eu acho que isso é uma onda, daqui a pouco vai voltar a hitar de novo.”
E por falar em futuro, a artista antecipou que pretende incorporar as novas músicas a turnê que ainda percorre o Brasil, que já tem dez músicas prontas para o próximo álbum e que pretende atender um pedido dos fãs.
“O DB4 vem com uma pegada diferente, mais Brasil. Vou voltar um pouco a explorar os ritmos do Nordeste. Para o piseiro, breguinha lenta, MPB… Eu já fiz 10 canções do disco novo, mas vou fazer mais [...] As canções estão bem tristes, eu até me surpreendi. Meio triste demais, mas também é uma coisa que o pessoal estava querendo”, conta.