Por que Yungblud não acredita que o 'rock está morto'?

Em entrevista a The Howard Stern Show, músico britânico rebateu afirmação sobre o fim do gênero e apontou várias bandas que provam o contrário

21 dez 2025 - 09h15

Yungblud refutou a sugestão de que "o rock está morto" durante uma participação no The Howard Stern Show na última segunda, 15. O apresentador disse sentir que o gênero rock teria perdido relevância nos últimos anos, o que deixou o artista britânico visivelmente incomodado e pronto para contra-argumentar com exemplos concretos de uma cena musical ativa e diversa.

Foto: Cindy Ord/Getty Images / Rolling Stone Brasil

Stern afirmou que a falta de impacto cultural do rock atual o deixava triste, argumentando que a música rock nunca mais alcançara o mesmo brilho de décadas passadas. Yungblud concordou que o rock é sagrado, mas discordou da conclusão de que estaria em declínio: "A música rock é tão brilhante que só recebe o reconhecimento que merece em retrospectiva, porque é um gênero tão sagrado", disse ele.

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Para reforçar seu ponto, o músico citou diversos artistas contemporâneos que, em sua opinião, estão mantendo o gênero vivo e em evolução. Ele mencionou Knocked Loose e Turnstile (hardcore), Amyl and the Sniffers e Lambrini Girls (punk), além de Fontaines D.C., Geese e Wunderhorse (indie), como exemplos de bandas que demonstram que o rock continua vibrante em múltiplas frentes.

Yungblud também criticou a ideia de que apenas uma pessoa seria responsável por "salvar o rock and roll", chamando essa noção de "uma grande bobagem". Em vez disso, ele defendeu que o gênero é esférico e multifacetado, sobrevivendo e se adaptando através de cenas e subculturas ao redor do mundo.

Em seu comentário, o britânico ressaltou que o rock está em constante transformação, e que parte da crítica que vê o gênero como morto nasce de comparações com eras passadas, muitas vezes por fãs que ainda preservam as memórias de épocas douradas ao invés de olhar para o presente musical.

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Rock em 2025 e Idols: o risco criativo de Yungblud

Parte da argumentação de Yungblud está diretamente ligada ao seu próprio trabalho em 2025. Seu álbum Idols (2025), lançado em 20 de junho, representa uma tentativa deliberada de puxar o rock para frente, misturando elementos clássicos do gênero com ambições teatrais e experimentais que fogem ao convencional.

O disco, indicado ao Grammy de Melhor Álbum de Rock, foi concebido como um projeto sem limitações, refletindo temas de autoidentidade, reconstrução e reflexão sobre a vida em sua totalidade — uma postura ousada em um momento em que poucos artistas apostam em formatos tão expansivos no rock contemporâneo.

Yungblud descreveu Idols como um disco teatral, com músicas longas e arranjos ambiciosos, algo que ele considerou um risco, mas que acabou sendo bem recebido por sua comunidade de fãs, fortalecendo a ideia de que o rock continua relevante e capaz de evoluir quando abordado com sinceridade e coragem artística.

Seja através de novas bandas que emergem em subgêneros variados ou pela própria reinvenção do rock nas mãos de artistas jovens como Yungblud, a mensagem que ele transmitiu a Howard Stern foi clara: o rock não está morto, ele está mudando, respirando e, especialmente, sendo reconstruído de formas inesperadas.

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Rolling Stone Brasil
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