De Caetano a Legião Urbana: veja 15 músicas de protesto
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'Vem Pra Rua' - O Rappa: poucas semanas após ser lançada, a música da campanha da Fiat para a Copa das Confederações Fifa 2013 começou a ser usada em vídeos que mostram os protestos contra o aumento da tarifa de ônibus e a ação da Polícia Militar de São Paulo. A campanha convoca a torcida brasileira para ir às ruas com seguinte refrão: "vem pra rua porque a rua é a maior arquibancada do Brasil". Trecho: Vem, vamo pra rua/ Pode vir que a festa é sua/ Que o Brasil vai tá gigante/ Grande como nunca se viu/ Vem, vamo com a gente/ Vem torcer bola pra frente/ Sai de carro, vem pra rua/ Pra maior arquibancada do Brasil
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'Alegria, Alegria' - Cateano Veloso: foi lançada em 1967 e trabalhava com a ironia a partir de fragmentos do cotidiano. A letra critica o abuso do poder e da violência, as más condições do contexto educacional e cultural estabelecido pelos militares durante a Ditadura. Trecho: O sol se reparte em crimes/Espaçonaves, guerrilhas/Em cardinales bonitas/Eu vou
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'É Proibido Proibir' - Caetano Veloso: lançada em 1968, esta canção era uma manifestação das grandes mudanças culturais que estavam ocorrendo no mundo na década de 1960. Trecho: Me dê um beijo meu amor / Eles estão nos esperando / Os automóveis ardem em chamas / Derrubar as prateleiras / As estantes, as estátuas / As vidraças, louças / Livros, sim
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'Cálice' - Chico Buarque: datada de 1973, faz alusão à oração de Jesus Cristo dirigida a Deus no Jardim do Getsêmane: "Pai, afasta de mim este cálice". A ideia de Chico Buarque era que para quem lutava pela democracia, o silêncio também era uma forma de morte. Daí, ele resolveu explorar a sonoridade e o duplo sentido das palavras "cálice" e "cale-se" para criticar o regime instaurado. Trecho: De muito gorda a porca já não anda (Cálice!) / De muito usada a faca já não corta / Como é difícil, Pai, abrir a porta (Cálice!) / Essa palavra presa na garganta
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'Apesar de Você' - Chico Buarque: lançada em 1970, durante o governo do general Médici. Para driblar a censura, ele afirmou que a música contava a história de uma briga de casal, cuja mulher era muito autoritária. A desculpa funcionou e o disco foi gravado, mas os oficiais do exército logo perceberam a real intenção e a canção foi proibida de tocar nas rádios. Trecho: Quando chegar o momento / Esse meu sofrimento / Vou cobrar com juros. Juro! / Todo esse amor reprimido / Esse grito contido / Esse samba no escuro
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'Jorge Maravilha' - Chico Buarque: agora sob o pseudônimo de Julinho de Adelaide, criado para driblar a censura, Chico criou os versos "você não gosta de mim, mas sua filha gosta", para o que parecia relatar uma relação conflituosa entre sogro, genro e filha. Mas a real intenção era aludir à família do general Geisel. O militar odiava Chico Buarque, no entanto, a filha dele manifestava interesse pelo trabalho do compositor. Trecho: E como já dizia Jorge Maravilha / Prenhe de razão / Mais vale uma filha na mão / Do que dois pais voando / Você não gosta de mim, mas sua filha gosta
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'O Bêbado e o Equilibrista' - composta por Aldir Blanc e João Bosco e gravada por Elis Regina: de 1979, representava o pedido da população pela anistia ampla, geral e irrestrita, um movimento consolidado no final da década de 1970. A letra fala sobre o choro de Marias e Clarisses, em alusão às esposas do operário Manuel Fiel Filho e do jornalista Vladimir Herzog, morto durante o período. Trecho: Que sonha com a volta / Do irmão do Henfil / Com tanta gente que partiu / Num rabo de foguete / Chora! A nossa Pátria Mãe gentil / Choram Marias e Clarisses / No solo do Brasil
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'Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores' - Geraldo Vandré: lançada em 1968 por um dos primeiros artistas a ser perseguido e censurado pelo governo militar. A música se transformou em um hino para os cidadãos que lutavam pela abertura política. Através dela, Vandré chamava o público à revolta contra o regime. Trecho: Há soldados armados / Amados ou não / Quase todos perdidos / De armas na mão / Nos quartéis lhes ensinam / Uma antiga lição: De morrer pela pátria / E viver sem razão
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'É' - Gonzaguinha: grande parte do público sempre associou Gonzaguinha às músicas de protesto e de resistência à ditadura militar, mas que tinham também esperança de que a situação melhorasse. Trecho: A gente quer viver a liberdade/ A gente quer viver felicidade/ A gente não tem cara de panaca/ A gente não tem jeito de babaca/ A gente não está/ Com a bunda exposta na janela/ Pra passar a mão nela
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'Geração Coca-Cola' - Legião Urbana: lançada em 1985, na música é possível notar o tom de indignação contra a soberania norte-americana sobre o Brasil e os demais países. Trecho: Quando nascemos fomos programados/ A receber o que vocês/ Nos empurraram com os enlatados/ Dos U.S.A., de nove as seis/ Desde pequenos nós comemos lixo/ Comercial e industrial/ Mas agora chegou nossa vez/ Vamos cuspir de volta o lixo em cima de vocês
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'Que País é Este' - Legião Urbana: de 1978, foi composta ainda na época do Aborto Elétrico. Sem ironias, a letras questiona a sociedade brasileira. Trecho: Nas favelas, no senado/ Sujeira pra todo lado/ Ninguém respeita a constituição/ Mas todos acreditam no futuro da nação/ Que país é esse?
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'Mosca na Sopa' - Raul Seixas: de 1973, esta canção já foi considerada bastante controversa. Em uma de suas interpretações propostas, há a metáfora de que o povo é a "mosca" e, a ditadura militar "a sopa". Desta forma, o povo é apresentado como aquele que incomoda, que não pode ser eliminado, porque sempre existirão aqueles que se levantam contra regimes opressores. Trecho: E não adianta / Vir me detetizar / Pois nem o DDT / Pode assim me exterminar / Porque você mata uma / E vem outra em meu lugar
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'Acender as Velas' - Zé Keti: lançada em 1965, é considerada uma das maiores composições do sambista Zé Keti. A letra foi criada pelo relato dramático do cotidiano das favelas e faz uma crítica social às péssimas condições de vida nos morros do Rio de Janeiro, na década de 1960. Trecho: Acender as velas / Já é profissão / Quando não tem samba / Tem desilusão / É mais um coração / Que deixa de bater / Um anjo vai pro céu
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'Homem na Estrada' - Racionais Mc's: questionadoras, as músicas dos Racionais não podem ser esquecidas. Esta põe em pauta as situações precárias em que muitos brasileiros vivem. Trecho: Equilibrado num barranco incômodo, mal acabado e sujo/ porém, seu único lar, seu bem e seu refúgio/ Um cheiro horrível de esgoto no quintal/ por cima ou por baixo, se chover será fatal/ Um pedaço do inferno, aqui é onde eu estou/ Até o IBGE passou aqui e nunca mais voltou
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'Polícia' - Titãs: é uma canção que critica as ações policiais e a forma como a sociedade vê a polícia inserida nela. Foi escrita por Tony Bellotto após ter sido preso junto com Arnaldo Antunes por porte de heroína, e é cantada aos gritos, o que faz parecer um sentimento de raiva. Trecho: Dizem que ela existe/ Pra ajudar!/ Dizem que ela existe/ Pra proteger!/ Eu sei que ela pode/ Te parar!/ Eu sei que ela pode/ Te prender!/ Polícia!/ Para quem precisa/ Polícia!/ Para quem precisa/ De polícia