Rômulo Arantes Neto, 38, abriu o coração sobre um dos momentos mais dolorosos de sua vida: a morte do pai, o ator Rômulo Arantes (1957-2000), que faleceu há 25 anos em um acidente aéreo. Em entrevista ao programa Sem Censura, na última sexta-feira (19), ele relembrou com emoção como enfrentou essa perda ainda aos 13 anos, e de que maneira isso moldou sua vida e sua personalidade.
"No início foi muito complicado para mim. Eu era completamente apaixonado por ele e muito fã dele. Aquele homenzarrão, carismático, querido, me ensinava todos os esportes, me dava dicas. Tínhamos um relacionamento que era muito bonito. Fiquei muito sofrido e guardei tudo para mim", desabafa Rômulo, com visível emoção. O ator lembra que, mesmo na infância, seu vínculo com o pai era intenso: além do amor, havia admiração e aprendizado constante, especialmente no esporte e na disciplina que Arantes transmitia.
Após a perda, a vida de Rômulo Neto mudou drasticamente. "Tive que mudar de bairro, fui morar com a minha mãe [a arquiteta Adriana Junqueira]. Foi um processo muito complicado, doloroso e sofri muito sozinho. Aos poucos, a gente vai tentando sanar a dor porque machuca muito, e a vida continua. A gente precisa continuar", refletiu. A mudança de rotina, o afastamento de amigos e a adaptação a um novo lar tornaram o luto ainda mais pesado para um adolescente que ainda buscava entender o mundo e a própria identidade.
Apesar da tristeza profunda, Rômulo Neto encontrou no esporte um refúgio e uma forma de lidar com a dor. "Uma coisa que sempre me ajudou foi fazer esporte. Uma válvula de escape mesmo. Por isso também sempre tive um jeito agressivo com o esporte. É ali que eu faço minha terapia, que eu extravaso. Os esportes me ajudaram muito", contou. Ele reforça que, mais do que prática física, os esportes foram uma maneira de expressar sentimentos que ele ainda não conseguia verbalizar e de canalizar a energia emocional de forma saudável.
Hoje, Rômulo Neto reconhece que enfrentar a perda tão jovem deixou marcas, mas também contribuiu para sua maturidade e resiliência. "Aprendi que a dor faz parte da vida, e que cada um encontra seu caminho para lidar com ela. Para mim, o esporte sempre foi esse caminho. Mas também é preciso permitir-se sentir, chorar e, aos poucos, transformar a tristeza em aprendizado", conclui.
O ator lembra ainda que, mesmo com a dor intensa do passado, manter vivas as memórias e os ensinamentos do pai é uma forma de honrar sua história. "Ele me ensinou muito em pouco tempo. Cada conselho, cada momento juntos, cada brincadeira com os esportes… isso fica para sempre. E é isso que me ajuda a seguir em frente", afirma.
