Pathy Dejesus fala sobre carreira, maternidade e moda

Aos 45 anos, Pathy Dejesus é mãe solo, DJ, atriz e dona de uma carreira que percorre a pluralidade artística

6 jul 2022 - 18h01
Pathy Dejesus se apresentou na 1ª edição do Festival Turá no último final de semana, em São Paulo.
Pathy Dejesus se apresentou na 1ª edição do Festival Turá no último final de semana, em São Paulo.
Foto: Instagram/@pathydejesus / Famosos e Celebridades

Mulher, negra, mãe solo, DJ, atriz e dona de uma carreira que percorre a pluralidade artística. Aos 45 anos, Pathy Dejesus conta, em entrevista ao Famosos e Celebridades, os caminhos para conciliar a vida profissional, a maternidade, sem abandonar o autocuidado. 

"Sinceramente? Nem eu sei como faço, mas a gente tem que fazer! A maternidade, por si só, é uma demanda. Eu sou apaixonada pelo meu filho, só que a vida não pode parar de forma alguma. Existe sim, aquele processo, no meio do caminho, de você se redescobrir, de se entender novamente e, muitas vezes, a gente joga algumas expectativas e percebe que não consegue cumprir mais. É outra pessoa e foi a partir desse entendimento que as coisas começaram andar", diz. 

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"Eu voltei ao mercado de trabalho muito cedo, o Rakim tinha dois meses e meio. Eu estava amamentando, no puerpério e na estrada. E eu não abri de mão de nada em relação à isso. Foi bem complicado. Então, se você me perguntar um lugar específico, onde eu virei a chave, não sei. Foi no processo, a duras penas. Mas a gente está nadando de braçada. Um dia após o outro", acrescenta. 

Entre os mais diversos trabalhos frente às telas, Pathy fez história em "Coisa Mais Linda", da Netflix. Na trama, acompanhamos o retrato do que é ser uma mulher no fim da década de 1950 e início de 1960 no Brasil, destacando a vida e problemáticas de quatro personagens. 

Adélia, personagem da atriz, é empregada doméstica, mora no morro carioca e tem uma filha de oito anos. Se apresenta como mãe solteira mas, logo no início da história, o público se depara com o retorno de Conceição, vivido por Ícaro Silva, para casa. 

Mesmo com apenas duas temporadas disponibilizadas na plataforma de streaming, as cenas - ainda hoje - viralizam nas redes sociais, especialmente no que diz respeito às demandas do feminismo negro e branco. 

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"Eu acho maravilhoso. A gente não fez 'Coisa Mais Linda' para ser uma série de discussão, de debate. A gente fez arte. E que bom que a gente conseguiu acessar esse lugar e em um momento muito bom também - diante do retrocesso em que estamos vivendo", pontua.

"A intenção principal da série não era essa, mas acho que nesse lugar de 'não bater de frente', você pode acessar melhor as pessoas. A gente conseguiu alcançar pessoas que nunca tinham parado para pensar nesse tipo de situação, e é isso que vale. O legal é quando você acessa as pessoas que pensam o oposto", complementa. 

Música, referências, brasilidades

No último sábado, 2, Pathy tocou na 1ª edição do Festival Turá, em São Paulo e, seguindo a aposta do evento em exaltar a potência da indústria nacional, a artista presenteou o público com um set cheio de brasilidades. 

"Eu acho que o meu processo de discotecar foi uma forma de mostrar para as pessoas as minhas pesquisas, as raridades musicais. Eu bebo muito dessa fonte, meu gênero, na verdade, é o hip-hop, eu sou uma DJ de hip-hop, mas na minha influência - e você vai ver isso em qualquer set que eu for fazer, desde o club ao festival - eu vou tocar o hip-hop, mas vai ter sempre uma musiquinha brasileira, um sambinha misturado, que é de onde eu bebo". 

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Em determinado momento, ela aproveitou para dedicar "A Menina Dança", dos Novos Baianos, ao filho. O pequeno, de 3 aninhos, assim como a mãe, é muito ligado à música, e pediu que ela tocasse a canção no dia. "O Rackim é uma criança de três anos que escuta toca-discos. Tem adulto que nunca nem viu um". 

Moda e personalidade

Dona de uma potência visual única, Pathy também abriu o jogo ao comentar sua relação com a moda e beleza. Não, ela não vive à base de tendências virais. "Eu sempre gostei muito de deixar claro a minha personalidade, eu nunca fui na onda, e quando eu vou na onda é conscientemente - e está tudo bem. Não sei se é por onde eu venho, a criação que eu tive, mas eu consigo acessar a informação e filtrar aquilo que faça sentido para mim", afirma.  

"O que eu penso muito, principalmente depois da maternidade, é o conforto e prática. Eu tenho uma preocupação visual muito grande. A pessoa bate o olho em você e já tem uma primeira informação, uma leitura. Mas, se eu tiver que me definir o meu estilo, diria que eu sou 'rua', street wear. A moda é ciclica e eu fico esperando meu momento (risos)", brinca. 

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