Oscar Magrini afirmou que, em um eventual remake de *O Rei do Gado*, seu personagem Ralf poderia ser gay, criticou o "tempo do politicamente correto" e questionou a presença de influencers em novelas, mas reforçou seu desejo de retornar à teledramaturgia.
Conhecido como o Ralf de o Rei do Gado (TV Globo), da década de 1990, o ator Oscar Magrini diz que, se a novela fosse feita hoje, seu personagem seria gay, não um gigolô, como na versão original. "Hoje, para fazerem um remake dessa novela, o Ralf talvez fosse gay, teria um caso com o rei do Gado, não com a mulher. Porque, tendo um caso com o homem, talvez se resolvessem na briga sem que isso recaísse numa agressão à mulher. O que, claro, seria impossível", disse ele em entrevista ao portal Heloisa Politan.
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Logo após a resposta, Oscar ainda atacou o que chamou de "tempo do politicamente correto" e afirmou que a vida tem sido muito chata devido à disputa de ideologias.
"As pessoas deixaram de compreender que novela é ficção — e é feita para provocar reflexão. O Brasil tem inúmeros casos de feminicídio, assalto, latrocínio, roubo, corrupção. Nós estamos à frente de muitos países nesse sentido”, falou.
O ator passou boa parte dos últimos anos longe da teledramaturgia e tem focado em apresentações de teatro e nas suas redes sociais. Ele é conhecido por papéis clássicos como Ralf e também Johnny Percebe, da novela Torre de Babel.
Ele criticou ainda a falta de reconhecimento do público com os novos personagens em novelas, assim como os novos atores e intérpretes das grandes produções.
"A novela está deixando de ser o que era. Estão colocando influencers para trabalhar — e por quê? Porque vendem bolo, vendem moda, e aí acreditam que são atores", opinou. "Antigamente, numa novela das nove com vários núcleos, você tinha de 40 a 45 atores. Dos 45, você conhecia 44, 43. Hoje, de um elenco com 45, você conhece 8, 10”, opinou.
No entanto, apesar das críticas, Oscar se demonstrou à disposição para voltar em um eventual convite para uma novela de peso. Segundo ele, os 35 anos de carreira e as 40 novelas no currículo, o habilitam para estar diante das câmeras novamente.
"Eu tenho vontade de voltar às novelas. Todo mundo já sabe disso. Sempre falo. Essa profissão é difícil. Difícil chegar, mas mais difícil ainda é permanecer. Eu não tenho parado, graças a Deus estou trabalhando. Em julho, completei 35 anos de carreira. Foram 40 novelas. Trabalho desde 1990, quando comecei no teatro, com Uma Ilha para Três"