No domingo (11), cerca de 300 pessoas se aglomeraram no lado de fora da Catedral Metropolitana de Turim, no norte da Itália, para a missa de corpo presente do príncipe Vittorio Emanuele di Savoia. Ele morreu no dia 3, aos 86 anos, em consequência de grave infecção, em Genebra, na Suíça.
No interior da igreja, inaugurada em 1498, ficaram convidados ilustres como o príncipe de Mônaco, Albert II, e a rainha emérita da Espanha, Sofia. A imprensa europeia compareceu em peso.
Filho do último rei da Itália, Humberto II, Vittorio Emanuele di Savoia ganhou holofotes no ano passado com o sucesso da série documental ‘O Príncipe que Nunca foi Rei’, disponível na Netflix.
A produção recupera fatos importantes da vida dele, desde o exílio após sua família deixar a Itália em consequência da extinção da monarquia até o episódio mais grave e controverso.
Em agosto de 1978, caiu sobre Vittorio a culpa pela morte do jovem alemão Dirk Hamer perto da Ilha do Cavallo, na Córsega. O crime com repercussão internacional ao longo de anos gerou a dúvida: ‘ele matou ou não o rapaz?’
Irmã da vítima, a modelo Birgit Hamer lutou incansavelmente para provar na Justiça a responsabilidade do príncipe. Os episódios apresentam depoimentos dos principais envolvidos na história trágica. Poder de influência e glamour são ingredientes da trama.
Com a instauração da república em 1946, Vittorio Emanuel di Savoia ficou proibido de voltar ao território italiano até 2002. O retorno triunfal é mostrado na série da Netflix.
Com a morte de Humberto II em 1983, Vittorio passou a ser o herdeiro do trono que não existe mais. Agora, o posto está ocupado por seu único filho, Emanuele Filiberto di Savoia, 51 anos. No velório, ele amparou a mãe, a ex-campeã de esqui aquático Marina Doria, 89.
‘O Príncipe que Nunca foi Rei’ segue a cartilha do infalível gênero ‘true crime’ (crime verdadeiro) acrescentando toques novelescos ao estilo ‘The Crown’. Entretenimento capaz de agradar a quem aprecia descobrir o lado obscuro de famílias reais.