O cantor Lulu Santos surpreendeu ao revelar que enfrentou uma crise de saúde e precisou tomar decisões importantes após receber o diagnóstico de vasculite. O relato chamou atenção por se tratar de uma condição pouco conhecida do público, mas que pode impactar seriamente a circulação sanguínea e o funcionamento de órgãos vitais.
De acordo com a reumatologista Isandra Medina, a vasculite é um termo usado para definir a inflamação dos vasos sanguíneos, quadro que pode surgir em diferentes doenças e se manifestar de formas variadas.
"Quando um vaso inflama, ele pode se estreitar, se obstruir ou até se tornar mais frágil, o que compromete a circulação do sangue e a oxigenação dos órgãos e tecidos", explica a médica.
Doença está ligada a alterações do sistema imunológico
Segundo a especialista, na maioria dos casos a vasculite está associada a doenças autoimunes, quando o próprio sistema imunológico passa a atacar os vasos sanguíneos.
"É um desajuste do sistema imunológico. Existem diferentes tipos de vasculite, que acometem vasos de tamanhos distintos e, por isso, podem apresentar sintomas, órgãos envolvidos e tratamentos bastante diferentes entre si."
Essa variedade faz com que os sinais clínicos mudem muito de um paciente para outro, o que pode atrasar o diagnóstico.
Vasculite tem cura?
A reumatologista explica que, na maior parte das vezes, não se fala em cura, mas em controle da doença.
"Muitas vasculites estão relacionadas a doenças crônicas, mas podem ficar longos períodos sem atividade quando tratadas corretamente."
O objetivo do tratamento é alcançar a remissão, ou seja, manter a inflamação sob controle e evitar danos aos órgãos. "Com acompanhamento adequado, muitos pacientes conseguem levar uma vida normal e com boa qualidade de vida", destaca Isandra.
Tratamento exige acompanhamento contínuo
O tratamento varia conforme o tipo de vasculite, a gravidade do quadro e os órgãos afetados. Em geral, envolve medicamentos que reduzem a inflamação e modulam o sistema imunológico.
"Na maioria dos casos, utilizamos corticóides e outros imunossupressores", afirma a médica. Além das medicações, é fundamental identificar possíveis fatores que possam agravar o quadro.
"Infecções e outras doenças podem interferir no controle da vasculite. Por isso, o acompanhamento regular com o reumatologista é essencial para ajustar o tratamento e garantir mais segurança ao paciente."