O ex-presidente Jair Bolsonaro será submetido, nesta segunda-feira (29/12), a uma nova etapa do tratamento para conter crises persistentes de soluço. Depois de já ter realizado um bloqueio anestésico do nervo frênico do lado direito, a equipe médica decidiu repetir o procedimento agora no lado esquerdo, na tentativa de obter um controle mais efetivo do quadro.
O nervo frênico, localizado na região cervical da coluna, é responsável por comandar o diafragma, músculo diretamente envolvido nos espasmos que provocam o soluço. O bloqueio consiste na aplicação de anestésico local ao redor do nervo, interrompendo temporariamente sua atividade. A técnica costuma ser indicada em casos de soluço prolongado ou resistente a tratamentos convencionais.
O procedimento será realizado por radiologia intervencionista, por meio de punção guiada por ultrassom, sem cortes ou necessidade de sutura. O responsável pela intervenção, o radiologista Mateus Saldanha, explicou que a estratégia é gradual:
"Primeiramente você faz de um lado, depois você faz do outro lado para ver como vai ser a resposta, porque a gente sabe que é multifatorial a questão do soluço. Então essa é uma opção para que a gente possa observar", afirmou.
Bolsonaro deverá ser sedado durante a realização da técnica. Apesar de considerado seguro quando feito com imagem guiada, o bloqueio do nervo frênico pode provocar desconforto respiratório temporário, já que o diafragma pode ficar parcialmente paralisado. A duração do efeito varia de horas a dias, dependendo do anestésico utilizado.
No domingo (28), o ex-presidente voltou a apresentar uma nova crise de soluços, além de registrar elevação da pressão arterial entre a noite de sábado e a madrugada de domingo, mesmo após o primeiro bloqueio. Segundo o boletim médico mais recente, ele se encontrava estável e sem soluços até a última atualização.
Além do novo procedimento, o ex-presidente seguirá com sessões de fisioterapia, medidas preventivas contra trombose venosa e monitoramento clínico para avaliar a resposta ao bloqueio anestésico.
Ainda no domingo, Flávio Bolsonaro, filho do condenado, publicou nas redes sociais um vídeo antigo em que o pai relembra o período em que esteve internado após o atentado a faca em Juiz de Fora (MG), em 2018. Na gravação, Bolsonaro faz um apelo emocionado:
"No momento mais difícil da minha vida, eu só pedia que Deus não deixasse órfã a minha filha de sete anos. O resto, com amigos, com brasileiros de verdade e com Deus no coração, nós superaremos os obstáculos", disse.
Na legenda, Flávio agradeceu o apoio recebido pelos seguidores e reforçou que acompanha as mensagens enviadas ao pai: "Obrigado por cada mensagem de amor, carinho e esperança que vocês deixam aqui. Saibam que estou acompanhando todas e faço questão de levar cada uma delas ao melhor presidente que este Brasil já teve", escreveu.