Anualmente, de 600 mil a 700 mil brasileiros recebem um diagnóstico de câncer. A maioria deles vai lutar contra a doença no anonimato, recorrendo ao SUS.
Uma minúscula parcela é de celebridades que se tratam nos hospitais mais modernos do país. A esse grupo se junta agora o apresentador e chef Edu Guedes, 51 anos, operado para a retirada de nódulos no pâncreas.
Sua primeira manifestação pública após a revelação da doença carrega forte mensagem a todos os pacientes em situação semelhante. “Esse não é o fim, mas o recomeço.”
O mesmo otimismo compartilhado por Ana Maria Braga, 76 anos. A estrela da TV é pentacampeã: já venceu o câncer cinco vezes. Ela usa a gigantesca visibilidade de seu programa na Globo para entrevistar médicos que orientam a respeito de prevenção e tratamento.
No momento, acompanhamos a batalha de Preta Gil, 50 anos, confiante de que um protocolo experimental nos Estados Unidos traga a cura. Nas redes sociais, ela exibe sua força e também a fragilidade imposta pela doença. Mostra-se com sinceridade, sendo reflexo de milhões de mulheres e homens em guerra contra o câncer.
Qualquer pessoa, seja famosa ou desconhecida, tem o direito de não se expor. Para muitos, a privacidade é essencial. Mas quando uma celebridade comenta abertamente sobre o câncer, ela se agiganta ao prestar um serviço público. Dá imagem e voz aos múltiplos sentimentos experimentados por todos os pacientes, a exemplo de medo, dor e esperança.
Ainda há tabu em se falar de câncer e odioso preconceito contra as pessoas em tratamento. Por isso, quando um artista nos faz lembrar que pode acontecer com qualquer um de nós, humaniza a condição de quem é desafiado a enfrentar a doença.