O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) reconheceu o choro como o 53° Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil.
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Criado por volta de 1870 no Rio de Janeiro, esse gênero musical brasileiro teve como principal expoente a canção "Flor Amorosa", de Joaquim Callado.
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A decisão unânime veio em 29/2/2024 depois de uma reunião entre os 22 membros do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural.
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Ao contrário de objetos ou lugares, o patrimônio imaterial se refere aos conhecimentos culturais transmitidos de uma geração para outra, essenciais para a construção da identidade cultural de uma sociedade.
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O pedido foi feito inicialmente pelo Clube do Choro, que fica em Brasília (foto), e ganhou o apoio de outras casas, como o Clube do Choro de Santos e o Instituto Casa do Choro, do Rio de Janeiro.
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Reco do Bandolim é uma figura importante no Clube do Choro de Brasília, sendo o atual presidente. Outro músico relevante para a história do lugar é Hamilton de Holanda (foto), que começou lá sua trajetória musical.
Foto: wikimedia commons 25º Prêmio da Música Brasileira
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"Eu recebo essa notícia como uma coisa justa, o reconhecimento da importância desse gênero pra cultura do Brasil. É importante dizer que quando isso acontece, o Estado passa a ter um cuidado maior com o Choro, ou seja, é uma maneira que a gente encontra de dar proteção, de continuar divulgando esse gênero", afirmou o músico.
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"O choro tem uma grande capacidade de conexão e de integração social. É um bem cultural que irradia outros direitos, principalmente a cidadania. Agora, com esse reconhecimento, a missão é fazer o choro ser difundido e popularizado, chegando às escolas, aos espaços públicos e a todos os espaços do Brasil", declarou o presidente do Iphan, Leandro Grass.
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Segundo a ministra da Cultura, Margareth Menezes, essa é uma etapa significativa para a música brasileira, conhecida por sua variedade de ritmos: "O choro é uma construção do povo brasileiro e o Brasil precisa, cada vez mais, se apropriar do chorinho, que é nosso e lindo desde o seu surgimento".
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"Agora, como Patrimônio Cultural do Brasil, será mais um momento muito especial para todos os que gostam e valorizam a nossa cultura", concluiu.
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O choro -- ou chorinho -- é caracterizado por uma formação instrumental flexível, mas geralmente composta por violão, cavaquinho, pandeiro e flauta.
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O choro tem influências de diversos estilos musicais, como a polca, o lundu, o maxixe e a modinha, e é caracterizado por sua alegria e vivacidade.
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As rodas de choro, encontros informais onde músicos se reuniam para improvisar e celebrar a música, foram fundamentais para o desenvolvimento do gênero.
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O bandolim, instrumento de cordas dedilhadas, também é um dos pilares do gênero, com Jacob do Bandolim sendo um dos seus maiores expoentes. Veja alguns dos artistas que foram pioneiros do choro no Brasil!
Foto: wikimedia commons Jo Dusepo
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Jacob do Bandolim: Virtuoso do bandolim, Jacob do Bandolim era conhecido por sua técnica impecável e por composições como "Doce de Coco" e "Brasileirinho".
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Joaquim Callado: Conhecido como o "Pai do Choro", encantava com sua flauta virtuosa e melodias inesquecíveis. Uma de suas músicas mais famosas é "Flor Amorosa", que é considerada uma das primeiras composições de gênero.
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Chiquinha Gonzaga: A famosa "Rainha do Choro", Chiquinha Gonzaga quebrava barreiras e revolucionou o gênero com suas composições inovadoras. É conhecida por clássicos como "Corta-Jaca" e "Atraente".
Foto: wikimedia commons Edinha Diniz
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Ernesto Nazareth: Era conhecido como o "Poeta do Piano", com suas valsas e polcas que encantaram o mundo. Algumas de suas composições mais conhecidas incluem "Odeon", "Brejeiro" e "Apanhei-te, Cavaquinho".
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Pixinguinha: Considerado um dos maiores compositores e instrumentistas da história do choro, Pixinguinha é conhecido por clássicos como "Carinhoso" e "Um a Zero".
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Waldir Azevedo: Conhecido por popularizar o choro na década de 1950 com sua composição "Delicado", Waldir Azevedo foi um dos maiores cavaquinistas da história do gênero.
Foto: wikimedia commons EduardoAP
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O gênero teve um papel importante na história da música brasileira, contribuindo para o desenvolvimento de outros estilos, como a Bossa Nova e a Música Popular Brasileira (MPB).