Microsoft polui mais desde que entrou na corrida da IA

Em um relatório de sustentabilidade ambiental, a Microsoft apontou que emitiu 30% a mais de gases com efeito estufa em comparação a períodos anteriores

17 mai 2024 - 02h39
(atualizado às 05h42)

Em 2020, a Microsoft assumiu o compromisso de zerar suas emissões de carbono até 2030, um plano audacioso e otimista. No entanto, o relatório do ano fiscal de 2023 apontou que a empresa de Redmond emitiu 30% a mais de gases com efeito estufa no período em comparação a anos anteriores. É possível que o motivo disso seja a corrida da IA que marcas como Google e Meta travam ao lado da MS.

Foto: Unsplash/Turag Photography / Canaltech

É culpa da IA?

A Microsoft divulgou um documento de 88 páginas para apresentar os dados de sustentabilidade ambiental da companhia. Na papelada, a Big Tech mostra números preocupantes de como acabou se desviando do que prometeu em 2020. (mesmo não afirmando isso claramente). Por exemplo: a empresa de Redmond bombeou mais de 15 milhões de toneladas métricas de dióxido de carbono no último ano fiscal, o equivalente à poluição de um país de menor porte, como o Haiti.

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Uma das principais razões dessa mudança de postura pode ser direcionada à tecnologia de inteligência artificial, já que a Microsoft investiu mais de US$ 13 bilhões na OpenAI (criadora do ChatGPT) e tem a intenção de colocar a IA em grande parte dos produtos e serviços que possui. Porém, isso exige mais data centers para treinarem os modelos que utilizam um nível demasiadamente alto de eletricidade, que causa mais emissão de carbono como consequência.

A inteligência artificial não parece ajudar muito contra a poluição do planeta (Imagem: Pavel Danilyuk/Pexels)
Foto: Canaltech

A lua está mais distante

Em uma recente entrevista para o portal Bloomberg, o presidente da Microsoft, Brad Smith, fez uma analogia com o principal satélite da Terra para apontar as mudanças ocorridas dentro do plano de zerar a emissão de carbono da companhia. Segundo o executivo, a lua está mais distante agora.

"Em 2020, revelamos o que chamamos de moonshot [lançamento lunar, em tradução livre] de carbono [o objetivo da MS de zerar as emissões até 2030]. Isso foi antes da explosão da inteligência artificial", destacou Smith. "Portanto, em muitos aspectos, a Lua está cinco vezes mais distante do que estava em 2020, se pensarmos apenas na nossa própria previsão para a expansão da IA e nas suas necessidades elétricas", concluiu.

E agora?

Contudo, o que isso significa para o planeta? Se todas as Big Techs mudarem seus planos de ajudarem o meio ambiente para concorrerem umas contra as outras, quantos outros projetos de zerar ou diminuir a emissão de poluentes serão alterados para o pior?

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Vale lembrar que no ano passado, uma pesquisa realizada por estudiosos da Austrália indicou que menos de 1% da Terra está livre de poluição do ar.

Fonte: Bloomberg

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