Ex-ministro aponta Putin como responsável por ciberataques

21 jun 2017 - 13h56
(atualizado às 14h25)
O ex-secretário de Segurança Nacional dos EUA, Jeh Johnson
O ex-secretário de Segurança Nacional dos EUA, Jeh Johnson
Foto: Reuters

O ex-secretário de Segurança Nacional dos EUA, Jeh Johnson reiterou nesta quarta-feira que o presidente russo, Vladimir Putin, é o responsável direto pelos ciberataques ocorridos durante a campanha eleitoral americana de 2016 com o objetivo de influenciar nos resultados.

"Em 2016, o Governo russo, sob a direção do próprio Vladimir Putin, orquestrou os ataques contra a nossa nação com o objetivo de influenciar nas nossas eleições", disse Johnson perante o Comitê de Inteligência da Câmara de Representantes, encarregado de investigar a suposta ingerência russa nas eleições.

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Johnson, secretário de Segurança Nacional entre 2013 e 2017 sob o Governo do ex-presidente Barack Obama, descreveu a ingerência russa como "sem precedentes, tanto na escala como no alcance".

Não obstante, o ex-titular de Segurança Nacional assegurou que "as intrusões cibernéticas do governo russo não alteraram as cédulas, a recontagem de votos e a informação dos resultados eleitorais".

Portanto, Johnson afirmou que não é possível afirmar com toda segurança de que os hackers "dirigidos" pelo Governo russo alteraram a opinião pública e influenciaram no resultado das eleições presidenciais, que terminou com a vitória do magnata republicano Trump.

Perguntado pelos legisladores, Johnson também explicou por que o governo de Obama esperou até outubro para fazer públicas as supostas tentativas da Rússia para influenciar nas eleições.

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Johnson argumentou que o Executivo teve que esperar porque um dos candidatos, em referência a Trump, dizia que a eleição estava "arrumada" para favorecer a vitória de Hillary.

Além disso, fez referência ao ataque sofrido pelo Comitê Nacional Democrata (DNC, por sua sigla em inglês), que viu o portal Wikileaks publicar em julho do ano passado mais de 19 mil polêmicos e-mails nos quais funcionários do partido falam de táticas para vencer Bernie Sanders, rival de Hillary nas primárias.

A respeito, Johnson disse que o FBI e o DNC estiveram em contato antes do ataque cibernético e que, então, os democratas "não sentiram" que necessitavam da ajuda do Departamento de Segurança Nacional, encarregado de combater ataques informáticos.

Após os ataques aos democratas, Johnson ofereceu a ajuda do seu departamento aos funcionários dos 50 Estados dos Estados Unidos.

Segundo disse, 33 Estados e 36 cidades e condados decidiram usar as ferramentas do Departamento de Segurança Nacional para identificar as vulnerabilidades dos seus sistemas e desenvolver mecanismos para diminuir o efeito de qualquer ataque cibernético nos centros eleitorais ou nas bases de dados de votos.

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Enquanto Johnson testemunhava na Câmara Baixa, outros funcionários do Departamento de Segurança Nacional, como a subsecretária de Segurança Cibernética, Jeanette Manfra, prestava depoimento hoje no Comitê de Inteligência do Senado, também encarregado de investigar o caso.

Segundo Manfra, os sistemas eleitorais de 21 Estados foram alvo de ataques russos durante as eleições.

Trump descreveu a investigação como "caça de bruxas", enquanto Putin negou categoricamente qualquer vínculo com os ciberataques.

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