Envenenamento por cobras aumenta em meses mais quentes, diz estudo

Estudo realizado na Geórgia, nos EUA, mostrou que o aumento de temperaturas diárias tem causado mais internações por picadas de cobras

19 jul 2023 - 18h00
(atualizado às 18h01)
Estudo realizado na Geórgia, nos Estados Unidos, mostra uma relação entre o aumento de temperaturas e mais casos de picadas por cobras
Estudo realizado na Geórgia, nos Estados Unidos, mostra uma relação entre o aumento de temperaturas e mais casos de picadas por cobras
Foto: foto rabe pixabay / Flipar

Uma nova pesquisa realizada na Geórgia (EUA) mostrou que o aumento de temperaturas diárias tem causado mais internações por picadas de cobras venenosas

Publicado na revista GeoHealth, o estudou avaliou os dados de hospitalização no estado da Geórgia, relacionando os números com o aumento das médias de temperatura diária na região.

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"Não sabemos muito sobre como o clima — ou seja, mudanças de curto prazo na meteorologia — impulsionam as interações homem-cobra, em parte porque muitas picadas de cobra perigosas ocorrem em locais que carecem de bons dados sobre as causas de morbidade e mortalidade", disse Noah Scovronick, cientista ambiental e de saúde, em comunicado à imprensa.

Em resumo, o estudo concluiu que:

  • Visitas hospitalares por picadas de cobras venenosas e não venenosas aumentam com a temperatura;
  • Diferenças sazonais podem refletir o comportamento e a ecologia das cobras;
  • Envenenamento não ofídico (abelhas, aranhas, etc.) também está associado [com a temperatura], mas menos fortemente.

Como o estudo foi realizado?

Pesquisadores avaliaram o histórico de picadas por cobras venenosas, não venosas e envenenamento por outras espécies que aconteceram entre 2014 e 2020.

Com os dados, eles perceberam que um aumento na temperatura máxima diária de 1 °C estava associado a um aumento de 5,6% de chances de ser picado por uma cobra venenosa.

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O estudo relacionou esse aumento de internações por picadas de cobras como mais frequente na primavera.

Os pesquisadores especulam que isso pode estar relacionado ao fato das cobras serem ectotérmicas, ou seja, dependem da temperatura externa para regular a temperatura corporal interna.

Com isso, eles passam os meses de inverno em hibernação e se tornam mais ativos nos meses quentes.

Para prevenir a interação entre cobras e humanos, os cientistas sugerem simplesmente a educação ambiental, que permite que as duas espécies vivam de forma compatível uma vez que os habitats sejam respeitados.

“Deixe as pessoas saberem quais habitats as cobras preferem, como lugares com cobertura de solo densa, e elas podem desconfiar de tais habitats”, disse em comunicado Lawrence Wilson, coautora da pesquisa.

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O estudo usa como amostra somente a Geórgia, então outras pesquisas semelhantes podem investigar como as mudanças climáticas podem influenciar diferentes espécies de cobras em diferentes climas.

A Geórgia abriga 17 espécies de serpentes venenosas, possuindo uma das maiores diversidades e densidades dos Estados Unidos.

Fonte: Redação Byte
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