Guaíba volta a superar 5 metros e pode atingir novo recorde

13 mai 2024 - 18h18
(atualizado em 14/5/2024 às 04h33)

De acordo com especialistas, lago em Porto Alegre pode atingir novo nível histórico, chegando a 5,4 metros. Outra preocupação é com uma onda de frio intenso que se aproxima.O nível do lago Guaíba voltou a ultrapassar os cinco metros na tarde desta segunda-feira (13/05) em Porto Alegre, em meio a previsões de especialistas de que as águas possam atingir um novo recorde na madrugada desta terça-feira. A medição das 19h15 no Cais Mauá indicava 5,08 metros.

No fim de semana choveu, na região metropolitana de Porto Alegre, entre 120 milímetros e 180 milímetros
No fim de semana choveu, na região metropolitana de Porto Alegre, entre 120 milímetros e 180 milímetros
Foto: DW / Deutsche Welle

No dia 5 de maio, o lago atingiu 5,35 metros, o maior nível já registrado, culminando na maior enchente de Porto Alegre e alagando bairros inteiros e áreas que nunca antes haviam passado por situação semelhante.

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A nova previsão do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e da RHAMA Analysis indica que o Guaíba possa chegar a 5,40 metros.

"Pedimos a todas as pessoas que tiveram suas residências inundadas que não voltem para esses locais. E quem voltou, saia", alertou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. "Deixem essas localidades imediatamente e se coloquem em segurança", acrescentou.

Segundo o governador, as áreas afetadas pelas inundações "voltarão a ter essa incidência e [provavelmente] precisarão voltar a ser evacuadas".

Para tentar conter o avanço das águas sobre a cidade, a prefeitura de Porto Alegre construiu uma barricada improvisada de 1,8 metro, com sacos de areia, em frente à Usina do Gasômetro, às margens do Guaíba, no Centro Histórico. A barreira visa evitar que a água chegue à casa de bombas 16 do Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE), responsável por drenar os bairros Cidade Baixa e Menino Deus, que registram alagamentos há uma semana.

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Paralelamente, com mais de 80 mil pessoas em abrigos e mais de meio milhão de desalojadas (hospedadas na casa de parentes ou amigos), o Rio Grande do Sul se prepara para uma onda de frio e mais chuvas.

Chuva persiste

As precipitações continuam. Porém, não em volumes tão elevados quanto os que atingiram o estado desde a última sexta-feira.

De acordo com meteorologista Cátia Valente, da Sala de Situação do Rio Grande do Sul, só no último fim de semana choveu, na região metropolitana de Porto Alegre, entre 120 milímetros e 180 milímetros. Na Serra, o volume foi ainda mais intenso, variando entre 200 e 320 milímetros. E grande parte dessa água escorre para os rios que correm em direção ao Guaíba, na região metropolitana da capital gaúcha.

"Na cidade de Estrela, o nível do rio Taquari chegou a quase 28 metros. O rio dos Sinos segue em elevação e vai seguir assim pelos próximos dias. Também tivemos volumes [de chuvas] muito elevados nas cabeceiras dos rios Taquari e Caí. Estas águas agora estão entre Bom Retiro do Sul e a foz do Taquari e devem chegar na região metropolitana amanhã [terça], onde o nível do Guaíba deve ultrapassar o pico anterior, e o vento sul deve represar [o escoamento das águas] do Guaíba para a Lagoa dos Patos, que também já está com níveis elevados. Ou seja, todos os fatores nos atrapalham", explica Pedro Camargo, hidrólogo da Sala de Situação.

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Onda de frio

Outra preocupação agora é o frio, que deve se intensificar entre quarta-feira e sexta-feira. Equipes de voluntários correm para garantir cobertores e roupas suficientes para os desabrigados. Uma das maiores dificuldades é conseguir agasalhos plus size. Outro problema é conseguir lavar roupas nos abrigos, motivo pelo qual as doações continuam sendo necessárias.

Na terça-feira, a temperatura deve cair para 10 ºC em Porto Alegre. Em São Francisco de Paula, na Serra, a previsão é de mínima de 3 ºC.

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), na manhã de quarta-feira pode haver geada na Serra, no Sul e na região da Campanha. Nos próximos dias, a mínima pode atingir 7 ºC em Porto Alegre.

As enchentesque atingem 447 dos 497 municípios gaúchos já provocaram a morte de 147 pessoas - 127 seguem desaparecidas. Além disso, há 806 feridos.

le/md (Agência Brasil, ots)

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A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
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