A indústria nuclear espera há anos o momento certo para os SMRs (reatores modulares pequenos), reatores de fissão menores, mais baratos e mais versáteis. Uma startup californiana chamada Deep Fission acredita ter a chave para o seu lançamento: enterrá-los.
160 atmosferas de graça
A maioria dos reatores comerciais do mundo opera com água pressurizada. Para isso, a água que resfria o núcleo precisa ser mantida líquida a mais de 300 °C, exigindo uma pressão imensa, em torno de 150 a 160 atmosferas. Na prática, isso se traduz em recipientes de aço de enorme espessura e custo elevado.
A proposta da Deep Fission aproveita a força bruta da gravidade para eliminar esse problema. Ao colocar o reator a 1,6 km de profundidade, dentro de um poço cheio de água, a própria coluna de líquido exerce uma pressão hidrostática natural de 160 atmosferas. Um vaso de pressão complexo torna-se desnecessário: a água do reator é mantida em estado líquido sem gasto de energia ou uso de materiais exóticos.
Há ainda outra vantagem
O segundo ponto-chave é o ambiente mineral. Em vez de construir cúpulas de concreto armado para conter a radiação em caso de acidente, a Deep Fission aproveita o ambiente circundante. A rocha sólida a essa profundidade atua como uma barreira de contenção natural e inesgotável.
Engenharia de petróleo
O que a Deep Fission propõe é usar combustível padrão (urânio pouco enriquecido), mas com técnicas de fraturamento hidráulico e perfuração de petróleo, extraindo o calor como se fosse ...
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