Uma descoberta surpreendente de um cemitério de fósseis no Qatar revelou uma nova espécie que reescreve a história marinha do Golfo Árabe. Batizada de Salwasiren qatarensis, esta é uma "vaca marinha" ancestral, parente distante do dugongo moderno, que habitou estas águas há cerca de 21 milhões de anos, durante o Mioceno Inferior.
O que torna a Salwasiren tão notável é o seu tamanho. Enquanto os dugongos atuais podem pesar quase duas toneladas, os pesquisadores estimam que esta espécie "minúscula" pesava apenas cerca de 113 quilos (250 libras).
A descoberta veio do que é considerado o local com a maior densidade de fósseis de sirênios (a ordem que inclui peixes-boi e dugongos) já registrada no mundo, o sítio de Al Maszhabiya.
A Salwasiren não era apenas uma criatura pequena e antiga; ela era uma "engenheira de ecossistemas". Os fósseis mostram que, há mais de 20 milhões de anos, ela já desempenhava o mesmo papel ecológico que seus parentes modernos: pastava constantemente nos leitos de ervas marinhas (seagrass), remexendo o sedimento. Essa vasta coleção de restos mortais confirma que o Golfo Árabe tem sido um habitat crucial para as ervas marinhas e seus consumidores por um período geologicamente vasto, com diferentes espécies de sirênios assumindo o papel de engenheiros ao longo do tempo.
Segundo os cientistas, o estudo da Salwasiren qatarensis oferece uma janela para o passado crucial para o futuro.
Ao entender como esses ecossistemas de ervas marinhas — que são ...
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