Descoberta italiana indica nova via para reabilitação visual

Pesquisa apontou que cérebro pode reaprender a enxergar

1 dez 2025 - 18h28
(atualizado às 18h33)

Uma pesquisa da Universidade de Pisa, na Itália, apontou que o cérebro tem a capacidade de reaprender a enxergar graças a uma estrutura cerebral profunda chamada pulvinar.

Pesquisa apontou que cérebro pode reaprender a enxergar
Pesquisa apontou que cérebro pode reaprender a enxergar
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

De acordo com os estudiosos, essa região do cérebro, que possui um papel crucial no processamento visual, é capaz de reativar as funções do córtex visual, permitindo que ele se modifique e aprenda novamente.

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A descoberta, segundo a universidade, abre "perspectivas importantes para a reabilitação visual e cognitiva", pois a compreensão e a modulação do papel do pulvinar poderão levar a novas abordagens terapêuticas capazes de reativar a plasticidade cerebral e mensurar o "potencial plástico" do cérebro, útil para prever a eficácia das terapias.

Os especialistas afirmaram que o pulvinar "regula a plasticidade do córtex cerebral e, em particular, do sistema visual".

"Durante muito tempo, acreditou-se que a plasticidade do córtex se limitava à fase de desenvolvimento, quando mesmo um pequeno defeito visual podia causar alterações na maturação cerebral, difíceis de reverter na idade adulta. Os novos resultados demonstram, porém, que o córtex visual adulto retém um potencial de mudança, pronto para ser reativado pelo estímulo correto", disseram os cientistas de Pisa.

Em um teste, os pesquisadores solicitaram que um grupo de adultos se submetesse a uma ressonância magnética funcional de ultra-alto campo (7 Tesla), capaz de fornecer imagens de alta resolução espacial e temporal da conectividade cerebral.

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Os resultados mostram que uma privação visual de apenas duas horas não só altera a dominância ocular, como também modifica a comunicação entre as áreas do cérebro visual. Surpreendentemente, a alteração não se limita ao córtex, mas afeta principalmente o pulvinar, que, após a privação, reduz sua influência sobre o córtex cerebral. 

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