Descoberto mais antigo ancestral das aranhas, com 520 milhões de anos

16 out 2013 - 14h15
(atualizado às 15h34)
Fóssil de ancestral das aranhas e escorpiões foi descoberto na China
Fóssil de ancestral das aranhas e escorpiões foi descoberto na China
Foto: N. Strausfeld et al./Nature / Divulgação

Pesquisadores afirmam ter descoberto o fóssil do mais antigo ancestral conhecido dos quelicerados, subfilo que inclui aranhas, escorpiões e o caranguejo-ferradura. Segundo os cientistas, a descoberta indica que esse grupo de animais surgiu há pelo menos 520 milhões de anos. O estudo foi divulgado nesta quarta-feira na revista especializada Nature.

O fóssil do animal, que foi chamado de Alalcomenaeus e tinha cerca de 3 centímetros, foi encontrado no sudoeste da China. Ele chamou a atenção por ter o sistema nervoso bem preservado. Ao utilizar técnicas de imagem, os cientistas descobriram diversas características que, segundo os pesquisadores, colocam o animal no subfilo do quelicerados.

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O ser descoberto pertencia ao extinto grupo dos megacheira ("grandes garras", em grego), que tinham dois grandes apêndices na cabeça, que lembravam um par de tesouras - daí o nome. A descoberta, afirmam os pesquisadores, resolveria o mistério de a qual galho da árvore da vida esses animais pertenciam. 

"Nós agora sabemos que os megacheira tinham sistemas nervosos centrais muito similares aos do caranguejo-ferradura e dos escorpiões modernos", diz Nicholas Strausfeld, da Universidade do Arizona (EUA). "Isso significa que os ancestrais das aranhas e seus parentes viveram lado a lado com os ancestrais dos crustáceos no Baixo Cambriano."

Os cientistas utilizaram diversos exames por imagem no fóssil. Eles mostra, em azul, cobre, em magenta, ferro, e, em verde, uma tomografia computadorizada. Os locais onde a tomografia e o ferro coincidiam indicam a presença do sistema nervoso, dizem os pesquisadores
Foto: N. Strausfeld/University of Arizona/Nature / Divulgação

Como resultado dos exames, eles encontraram características comuns aos quelicerados, como três grupos de células nervosas conhecidos como gânglios nervosos que são fundidos e agem como um cérebro. Nos crustáceos, os gânglios estão distantes, ligados por longos nervos.

Os pesquisadores usaram esta e outras características e as usaram em um catálogo que recria as relações evolutivas. "Greg (Gregory Edgecombe, do Museu de História Natural de Londres) colocou essas características em uma análise cladística em computador para perguntar: 'onde este fóssil aparece na árvore relacional?'", diz Strausfeld. "Nosso fóssil de Alalcomenaeus apareceu nos quelicerados modernos."

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Ainda de acordo com o estudo, os cientistas encontraram características similares entre os apêndices desse animal e as presas das aranhas, o que indica que as segundas evoluíram da primeira.

"Nossa descoberta é excitante porque mostra que os mandibulados (grupo ao qual os crustáceos pertencem) e quelicerados já estavam presentes como duas trajetórias evolutivas distintas há 520 milhões de anos, o que significa que seu ancestral comum deve ter existido muito antes disso."

Fonte: Terra
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