A Apple estuda aumentar os preços da linha iPhone 17, prevista para ser lançada em setembro, em meio ao impacto das tarifas norte-americanas sobre produtos chineses e à pressão por manter margens de lucro. Segundo analistas do banco Jefferies, em entrevista ao The Wall Street Journal, modelos como o iPhone 17 Pro e o iPhone 17 Pro Max podem custar até US$ 50 a mais do que os atuais, rompendo a barreira dos US$ 1.000 para o modelo Pro.
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O reajuste, embora ainda não confirmado oficialmente, surge como uma resposta às tarifas de 20% que os Estados Unidos mantêm sobre celulares fabricados na China, mesmo após um recente acordo entre Washington e Pequim para suspender parte das sanções. Essas taxas já custaram cerca de US$ 900 milhões à Apple no segundo trimestre, segundo o CEO Tim Cook.
Fontes ouvidas pelo WSJ afirmam que a empresa de Cupertino tenta evitar qualquer narrativa que relacione diretamente o aumento dos preços às tarifas. Em abril, uma notícia de que a Amazon poderia mostrar esse impacto ao consumidor gerou forte reação da Casa Branca, levando a gigante do varejo a recuar da ideia. O episódio serviu de alerta à Apple.
Ainda assim, segundo especialistas da cadeia de suprimentos, a alternativa menos danosa seria justamente repassar parte dos custos ao consumidor. "É improvável que a Apple consiga compensar totalmente as tarifas apenas com economias na cadeia produtiva", afirmaram analistas do Jefferies.
Entre os modelos previstos, apenas o iPhone 17 base deve manter o preço atual de US$ 799. Já o iPhone 17 Pro pode subir para US$ 1.049 (atualmente US$ 999), enquanto o Pro Max passaria de US$ 1.199 para US$ 1.249. Um novo modelo ultrafino, o iPhone 17 Air, também deve ter preço superior ao planejado originalmente.
Além do impacto das tarifas, o aumento também estaria ligado ao novo design dos aparelhos. A Apple aposta na introdução de recursos inéditos e em um novo visual para justificar os valores mais altos. No entanto, ainda não se sabe quais funcionalidades diferenciadas seriam incluídas para sustentar o argumento.
Para tentar escapar da dependência da China, a Apple acelerou a produção na Índia. Segundo Tim Cook, a maioria dos iPhones enviados aos EUA entre abril e junho foi fabricada no país asiático. Mesmo assim, a infraestrutura indiana ainda não consegue suprir toda a demanda por modelos avançados, como os da linha Pro, que continuam saindo majoritariamente de fábricas chinesas.
A produção em larga escala desses modelos exige componentes mais sofisticados e processos complexos, como sistemas de câmera aprimorados e baterias maiores, segundo fontes ligadas à Apple. "Até o fim de 2026 ou início de 2027, acreditamos que a Índia será capaz de atender a demanda dos EUA e da própria Índia, mas a China continuará sendo essencial", afirmou Abhilash Kumar, analista da TechInsights, ao WSJ.
Os consumidores brasileiros, conhecidos por pagar alguns dos maiores preços do mundo por iPhones, também podem sentir os efeitos desse movimento. Mesmo sem anúncio oficial, ajustes no mercado norte-americano costumam influenciar diretamente os valores praticados no Brasil, especialmente diante da alta do chamado "dólar Apple" — taxa de conversão usada pela empresa em relação aos preços dos EUA.
